O Ano em que meus pais sairam de Férias na disputa pelo Oscar


Agora é oficial: O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias será o representante do Brasil na disputa pelo Oscar de melhor filme estrangeiro. A escolha foi feita pela comissão formada pela Secretaria do Audiovisual, que incluía os jornalistas Pedro Butcher e Ana Paula Sousa, os críticos Leon Cakoff e Rubens Ewald Filho e os diretores Hector Babenco (Carandiru) e Bruno Barreto (O Que É Isso, Companheiro?). O longa-metragem será lançado nos cinemas americanos em dezembro, enquanto que seus produtores estudam a possibilidade de relançá-los nos cinemas brasileiros. (UOL)


Os Filmes que estavam na disputa são:



“O Ano em que meus pais saíram de férias” – O Mal sorrateiro da Ditadura"

O ano é 1970 dias antes da Copa do Mundo disputada no México, quem não sabe o que aconteceu e não lembra orgulhoso de tantas jogadas e tantas “imagens” que viraram ícones da história do futebol; a defesa de Gordon Banks no cabeceio de Pelé contra a Inglaterra, os dois gols que Pelé não fez contra a Tchecoslováquia do meio-campo e contra o Uruguai após um brilhante drible de corpo. Jairzinho, Tostão, Rivelino, Gerson, Carlos Alberto Torres... Saudade até em quem só os viu por tapes como eu... Junto a essa alegria a ditadura vive seu ápice com o governo Médici. Nesse contexto o país aguarda o início da Copa e como desde sempre toda a nação permanece momentaneamente em pausa em tempos de Copa do Mundo e Carnaval. Acompanhando a nação desde algumas décadas a ditadura se fazia presente na vida das pessoas, ainda que elas não tivessem tal consentimento, suas vidas eram sim influenciadas pelo regime militar.
E foi dessa maneira que ocorreu com o garoto mineiro Mauro (Michel Joelsas) de 12 anos, apaixonado por futebol e jogo de botão. Certo dia foi levado as pressas para a casa de seu avô em São Paulo, local onde ele iria ficar enquanto seus pais estivessem de “férias”. Esse é o tema e a premissa do filme do diretor Cao Hamburger, a história do conturbado ano de 1970 e daquele contexto contada através dos olhos de uma criança obrigada a amadurecer de forma repentina.
Durante a viagem para São Paulo, Mauro e seu pai (outro fanático por futebol) discutem sobre possíveis escalações da seleção (dizia-se que Tostão e Pelé não podiam jogar juntos). Bia (Simone Spoladore) e Daniel (Eduardo Moreira) são dois ativista fugindo da ditadura, antes de partir vão deixar Mauro com seu avô Motel (Paulo Autran). Após uma rápida despedida o menino é deixado só, bate no apartamento do avô e ninguém atende. Horas depois fica sabendo por meio do vizinho Shlomo (Germano Haiut) que entre a saída da família de Minas e a chegada em São Paulo Motel havia falecido. A partir daí é o próprio Shlomo um vizinho que se prontifica de cuidar do garoto sem saber ao certo os motivos que o levaram ate ali e o paradeiro de seus pais. Mauro é acolhido pela comunidade em sua maioria judaica que habita a região do centro de São Paulo. Em sua nova realidade vai fazendo amigos, fazendo descobertas pertinentes a sua puberdade, jogando pelada na rua e torcendo pela seleção brasileira na Copa do México, sem jamais esquecer de seus pais, procurando saber quando estes voltarão de suas férias.
“O Ano em que meus pais saíram de férias” não é “mais um filme sobre a ditadura militar”, por mais que tenha o regime militar como o combustível de toda a história, seu enfoque é diferenciado do restante dos outros trabalhos a cerca do tema. Ao lado do chileno “Machuca” e do argentino Kamchatka “formam” uma trilogia latina da ditadura partindo do ponto de vista de uma criança.
O Filme não peca por visitar um tema constantemente abordado pelo cinema brasileiro, qualquer filme ou história de modo geral necessita de um “porque” ser contada, e nesse ponto o filme de Cao encontra motivo para ser realizado. Não é um filme inteiramente sobre a ditadura e tão pouco um filme que ameniza a pressão exercida pelo regime militar, mas mostra um outra faceta da história, de como conviviam com as pessoas que não eram tão politizadas quanto os combatentes e ativistas de esquerda. No entanto, “O Ano em que meus pais saíram de férias” não é um filme sobre a relação do povo brasileiro com a sua seleção de futebol, é um retrato do mal sorrateiro, que de forma explicita e em outros momentos implicitamente, deixou uma marca na história do país e principalmente das pessoas, é justamente isso, o mal que pessoas “normais” direta ou indiretamente sofreram com a ditadura militar.
O diretor usou na maior parte do elenco atores desconhecidos, destaques para o garoto Michel Joelsas (Mauro) e Germano Haiut (Shlomo), com isso a história ganhou maior veracidade. Ainda que as atuações não sejam espantosamente ricas, não comprometem o andamento do longa. Este é o 2º filme do diretor Cao Hamburger. O anterior foi Castelo Rá-tim-bum(1999). O roteiro tem a mão de Bráulio Mantovani de “Cidade de Deus”, baseado em história original do próprio Cao Hamburger e Cláudio Galperin. Os diálogos são ótimos, divertidos, saudosistas e melancólicos ao revelar o contexto da época. As falas em off do personagem Mauro são também interessantes, enquanto o garoto “divaga” e questiona as “férias” de seus pais ou o significado da palavra exilado a qual ele mesmo aplica um novo sentido.
A direção de Cao Hamburger responsável não só pelo longa metragem Rá-tim-bum mas pela série exibida na televisão acompanha bem o espírito infantil que dá ritmo a história, ainda que tenha utilizado certos clichês de filmes com uma criança como ator principal, ou nos movimentos da câmera, “O ano em que meus pais saíram de férias” é um trabalho limpo, acessível sem ser superficial.
Ygor Moretti

“O Ano em que meus pais saíram de férias” – Nas Locadoras

Ficha Técnica

Título Original: O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias
Tempo de Duração: 110 minutos
Ano de Lançamento (Brasil): 2006
Direção: Cao Hamburger
Roteiro: Cláudio Galperin, Bráulio Mantovani, Anna Muylaert e Cao Hamburger, baseado em história original de Cláudio Galperin e Cao Hamburger

Elenco

Michel Joelsas (Mauro)
Germano Haiut (Shlomo)
Daniela Piepszyk (Hanna)
Caio Blat (Ítalo)
Paulo Autran (Mótel)
Simone Spoladore (Bia)
Eduardo Moreira (Daniel)
Liliana Castro (Irene)

"Thank You for Smoking"

Se “Obrigado por Fumar” fosse uma fábula dos tempos modernos, seria a mais ácida delas, ao passo que se fosse um documentário sobre nosso tempo e sobre o homem contemporâneo, seria um documento entre os mais irônicos e cínicos que se tem noticia.
No entanto, é apenas um filme (sem qualquer conotação pejorativa por isso), que trabalha com humor e todo um enredo de uma destacável inteligência. Nesse caminho, o diretor Jason Reitman conta a história de Nick Nailor, brilhantemente interpretado pelo ator Aaron Eckhart (de Dália Negra). Nick é o porta-voz da indústria do cigarro, e como tal tem a missão de diminuir a visão negativa que o produto de seu cliente tem, ainda que para isso tenha que manipular informações e contradizer-se frente aos seus interesses na educação do filho que começa a ter curiosidade sobre o trabalho de seu pai e até mesmo sobre quem de fato é Nick Nailor.
Porém Nick jamais se contradiz, constantemente em situações complicadíssimas, as chamadas saias justas, sempre arruma uma saída, transforma o fracasso numa reviravolta vitoriosa que inclusive o torna imaculado. É o personagem de um vilão pelo qual torcemos ao final devido ao seu carisma e a sua inteligência.
Melhor seria não atrelar estereótipos aos personagens, já que não são todos do mal e tão pouco do bem. Talvez isso seja uma forte mensagem do filme, que valoriza não o que é feito mas a maneira como as decisões são tomadas e o rumo que a vida de cada um toma por isso.
Sem dúvida o ofício de Nick é temeroso, só mesmo ele capaz de sustentar tal cargo de forma tão tranqüila. Aliado as dificuldades inerentes de seu trabalho, outros problemas surgem ao seu redor. Como a perseguição de um senador numa luta quase religiosa contra o cigarro que resulta em diálogos e cenas hilariantes. Junte a isso, uma jornalista oportunista e vigilantes sanitários capazes de ir as últimas conseqüências para calar Nick. Pois suas palavras são sua maior arma e como diria o poeta; “lutar contra palavras é a luta mais vã”, mesmo assim Nick Nailor mantém-se quase intacto, ostentando um sorriso sincero no rosto e encontrando alguns prazeres em seu dia-a-dia. Essa é sua vida, invejável em grande parte...
Ao fim temos um roteiro inteligente e ágil. Uma direção que se faz parecer tranqüila e concisa, direcionando com maestria todas as nuances da história. No mais, um elenco imponente de atores que alcançaram momentos únicos em sua carreira fazem de “Obrigado por Fumar” uma grata surpresa seja para quem o foi ver no cinema ou quem o alugou assim que chegou as vídeo locadoras.

Ygor MF



Ficha Técnica:


Título Original: Thank You for Smoking
Tempo de Duração: 92 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2006
Direção: Jason Reitman
Roteiro: Jason Reitman, baseado em livro de Christopher Buckley

Elenco

Aaron Eckhart (Nick Naylor)
Maria Bello (Poll Bailey)
Cameron Bright (Joey Naylor)
Adam Brody (Jack)
Sam Elliott (Lorne Lutch)
Katie Holmes (Heather Holloway)
David Koechner (Bobby Jay Bliss)
Rob Lowe (Jeff Megall)
William H. Macy (Senador Ortolan K. Finistirre)
Robert Duvall (Doak "Capitão" Boykin)


Fellini 8 ½ -


Uma Obra Prima feita de elementos autobiográficos e de Sonhos

Em Fellini 8 ½ o cultuadissimo diretor italiano Frederico Fellini admite que sua obra possui elementos auto-biográficos, porém insiste que tais elementos estão no filme de forma superficial. No entanto toda a obra de Fellini é marcado por um grande rigor autoral, histórias e principalmente uma forma bastante pessoal de contar histórias. No longa de 1963 juntamente com um material biográfico, Fellini inseri diversos devaneios, sonhos que podem por sua vez serem “reais” ou seja, sonhados de fato pelo diretor, ou ainda imagens e situações surreais criadas pelo diretor.
A riqueza dos mundos criados por Fellini perpassam os sonhos, as loucuras e também o mundo circense, esses são elementos recorrentes em toda sua filmografia. Marcada pelo inusitado por uma característica única entre o surreal e a perturbação de questões supra-humanas.
Fellini 8 ½ conta a história de do diretor Guido Anselmi (Marcello Mastroianni) que vive um momento delicado em sua carreira, sem saber como dirigir seu próximo filme, vivendo uma crise de inspiração, pressionado pelos produtores e ainda num caldeirão de incertezas entre a esposa e sua amante. Em meio a isso Guido tira férias e viaja para uma estância hidrográfica onde irá buscar a paz necessária para realizar seu próximo trabalho. Mas não é o que acontece, amante, esposa, cunhada, produtores e diversos fantasmas e lembranças do passado insistem em perseguir Guido tornando seu trabalho infértil e doloroso.
Esse é o tema do longa, vencedor de dois Oscars de Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Figurino, recebendo ainda outras indicações; Melhor Diretor; Melhor Roteiro Original e Melhor Direção de Arte. Metalinguagem, um filme sobre a criação de um outro filme. Fellini retira oque-ser-contado a partir do nada, como o próprio diretor confessa, esse trabalho remete a fase pela qual ele passava, um bloqueio criativo que paralisou momentaneamente seu trabalho.
Nos extra do DVD lançado pela versátil, entre entrevistas, making of e outros materiais extras, há um texto onde o diretor descreve o drama vivido, quando era cobrado e aguardado ansiosamente por todos envolvidos no projeto sem que estes soubessem que suas carreiras corriam perigo.
Frederico Fellini é um ícone do cinema mundial, toda sua obra é obrigatória para cinéfilos e aspirantes a diretor, roteiristas e enfim a quem quiser conhecer um trabalho árduo e repleto de arte.

Ygor MF

Ficha Técnica

Título Original: Otto e Mezzo
Tempo de Duração: 140 minutos
Ano de Lançamento (Itália): 1963
Roteiro: Ennio Flaiano, Federico Fellini, Tullio Pinelli e Brunello Rondi, baseado em estória de Federico Fellini e Ennio Flaiano

Elenco

Marcello Mastroianni (Guido Anselmi)
Claudia Cardinale (Claudia)
Anouk Aimée (Luisa Anselmi)
Sandra Milo (Carla)
Rossella Falk (Rossella)
Barbara Steele (Gloria Morin)
Madeleine LeBeau (Atriz francesa)
Eddra Gale (Saraghina)
Guido Alberti (Produtor)
Mario Conocchia (Diretor)
Bruno Agostini (Secretário do produtor)
Cesarino Miceli Picardi (Inspetor)
Jean Rougeul (Escritor)
Mario Pisu (Mezzabotta)

Nome Completo: Federico Fellini
Natural de: Rimini, Romagna, Itália
Nascimento: 20 de Janeiro de 1920
Falecimento: 31 de Outubro de 1993

Filmografia
1989 - A voz da lua (La Voce Della Luna)
1987 - Entrevista (Intervista)
1985 - Ginger e Fred (Ginger e Fred)
1983 - E la nave va (E la Nave Va)
1980 - A cidade das mulheres (La Città Delle Donne)
1979 - Ensaio de orquestra (Prova d'orchestra)
1976 - Casanova de Fellini (Casanova)
1974 - Amarcord (Amarcord)
1972 - Roma de Fellini (Roma)
1971 - I Clowns (TV)
1969 - Block-Notes di un Regista (TV)
1969 - Fellini-Satyricon (Satyricon)
1968 - Histórias Extraordinárias (Tre Passi nel Delirio) (episódio "Toby Dammit")
1965 - Julieta dos Espíritos (Giulietta Degli Spiriti)
1963 - 8 1/2 (Otto e Mezzo)
1962 - Boccaccio 70 (Boccaccio '70) (episódio "The Temptations of Dr. Antonio")
1960 - A doce vida (La Dolce Vita)
1957 - As Noites de Cabíria (Le Notti di Cabiria)
1955 - A Trapaça (Il Bidone)
1954 - A Estrada da Vida (La Strada)
1953 - Os Boas Vidas (I Vitelloni)
1953 - L'Amore in Città (episódio "Un Agenzia Matrimoniale")
1952 - Abismo de um Sonho (Lo Sceicco Bianco)
1950 - Mulheres e Luzes (Luci del Varietà)
Revista Literária na internet

Entre tantas opções encontradas na rede, a qualidade do conteúdo as vezes é deixada de lado tendo em vista a liberdade e a descasualidade de alguns sites.


No entanto não é o que acontece com a Revista Malagueta, uma revista digital com um rico material literário, que teve no mês de setembro o "lançamento" de seu sexto número e a partir de agora passa a ser bimestral para uma melhor manutenção do site além de manter a boa qualidade dos textos públicados.


Contos, minicontos, poesia, artigos e resenhas são o material publicado no site que dá espaço a novos autores. A idéia de dirigir o site tal qual uma revista com lançamento periódico fornece ao leitor um campo de maior organização, diferente do que encentramos na rede, sites abarrotados de informação com atualizações exporádicas que dificultm o acompanhamento das novas publicações e da própria navegação.


Parabéns aos seus realizadores, Alex Sens Fuziy, Renata Miloni, Rodrigo Santiago. Vale a pena ter o site na pasta de Favoritos.


Ygor MF


Revista Malagueta
http://revistamalagueta.com/


Designer em Cartas de Baralho



Essa é a proposta do site Custom52.com , que reune trabalhos de designers de todo o mundo, desenvolvendo e criando projetos afim de compor um baralho com cartas de grande valor artistico e de muito criatividade e experimentação.

Abaixo segue duas colaborações minha para o site , o Valete de Espada e o 6 de Copas, além do Joker do amigo Rafael e o 2 de ouro do Neto(Ambos parceiros de trabalho e outras banalidades hheheh)




http://www.custom52.com/index.asp