"Fim dos Tempos" de M. Night Shyamalan






















Com estréia prevista para junho de 2008 “Fim dos Tempos” é sétimo filme da carreira de M. Night Shyamalan. A filmografia do diretor e roteirista é marcada por muita polemica em volta de seus filmes. Se para alguns críticos e fãs M. Night pode ser considerado um dos mais promissores diretores dos últimos anos, para outros, no entanto, o valor de seu trabalho resume-se apenas ao longa “O Sexto Sentido”. Que por sinal é tido como a obra-prima do diretor, unânime entre críticos e fãs.

“Fim dos Tempos” mostra um cenário caótico onde a natureza se rebela contra a humanidade, aniquilando os homens antes que eles acabem com ela. Uma neurotoxina invisível passa a compor o ar que respiramos e as pessoas começam a se suicidar. O protagonista é Elliot Moore (Mark Wahlberg) de “Planeta do Macacos” e “Mar em Fúria”, o elenco conta ainda com a presença de John Leguizamo de “Romeu e Julieta”.

Shyamalan é além de diretor, roteirista de seus filmes, fazendo sempre uma ponta. Suas histórias contam sempre com um elemento “fantástico” ou sobrenatural, conduzido de forma magistral mantendo um suspense latente e nada obvio. No entanto tais suspense e o “fantástico” de suas histórias, mostra-se na verdade como um pano de fundo para dramas e questões mais humanas. Será sempre por meio do sobrenatural que os personagens de Shymalan irão encontrar redenção e a dissolução de seus conflitos pessoais.
Em “O Sexto Sentido” (1999) temos uma desconexa relação entre mãe e filho, vivendo juntos mas em mundos distantes, sem a cumplicidade que se espera encontrar nesse contexto familiar. Até que, Lynn Sear personagem interpretado por Toni Collette descobre que seu filho Cole Sear (Haley Joel Osment), é capaz de ver pessoas mortas, só então torna-se possível a aproximação deles, reconstruindo assim o elo antes partido.

Em seu segundo longa “Corpo Fechado” (2000), temos um cenário parecido, enquanto o personagem de Bruce Willis (David Dunne), não encontrar respostas para seus super-poderes, e não der início ao que parece ser sua missão, verá sua família aos poucos ser desmembrada devido a incomunicabilidade com a esposa assistida com angustia pelo filho.

Já em “Sinais” (2002) o conflito dá-se por causa da fé perdida pelo Reverendo Graham Hess personagem de Mel Gibson. Após ver a perder a mulher em u acidente de carro Graham volta-se ao ceticismo o que torna frágil e conflitante sua relação com filhos e o irmão Merrill Hess (Joaquin Phoenix). Somente após as invasões alienígenas que a terra sofre e um aparente milagre capaz de salvar a vida do filho, é que o personagem de Mel reencontra-se com sua fé e encontra em seu caminho religioso a harmonia para sua família.

Em “A Vila” de 2004, dramas e conflitos dos personagens tomam proporções maiores, representados por uma comunidade. Aqui o sobrenatural, o suspense não é algo externo, acidental, mas sim algo inserido por membros do vilarejo afim de solucionar os problemas dos moradores da vila. É por tanto uma solução construída de dentro para fora, no entanto, ainda percebemos por trás do suspense e do temor causado pelas “criaturas” da floresta, o drama das pessoas como força motora de toda a história.

Essa estrutura de roteiro em subcamadas fica ainda mais evidente em “A Dama na Água” de 2006. Um grupo de moradores de um condomínio é surpreendido por uma Ninfa perdida entre “dimensões” precisando retornar ao seu mundo. A partir daí o zelador Cleveland (Paul Giamatti) e o restante dos moradores partem numa jornada com a missão de fazer Story (Bryce Dallas Howard) voltar para casa. Por sua vez a ninfa possui poderes capazes de prever o futuro das pessoas, é ai nesse contexto que o roteiro de Shayamalan se desenvolve de maneira mais profunda. “A Dama na Água” é a obra mais repleta de simbologia, o trabalho onde a metalinguagem faz-se presente de maneira mais explicita até então.
Fica então a expectativa para mais um trabalho desse que vai mostrando-se um roteirista e diretor com um projeto intelectual que vai sendo construído a longo de sua carreira.

Ygor Moretti

Fim dos Tempos
Estréia - EUA-Brasil: 13 de Junho de 2008
Estúdio: 20th Century Fox
Direção: M. Night Shyamalan
Roteiro: M. Night Shyamalan

Em Conduta de Risco, George Clooney é Michael Clayton, funcionário de uma grande empresa de advocacia que recebe a missão de abafar um escândalo interno que pode, no entanto, ter conseqüências avassaladoras para a Compania. Trata-se de Arthur Evans, um dos advogados de maior talento da equipe, que sofreu um surto durante uma audiência com o maior cliente da empresa, a U/North. Arthur descobre que a empresa defendida por ele, é na verdade culpada das acusações de crimes biológicos contra centenas de fazendeiros. Com uma forte crise de consciência que o deixa próximo á insanidade, ameaça ir a forra e divulgar toda a verdade por de trás de estudos científicos camuflados pela compania.

Diante disso Michael encontra-se em “xeque”, entre suas obrigações como funcionário da Kenner, Bach & Ledeen e manter o vínculo de amizade e confiança com Arthur Evans.

Todo o drama e o suspense de “Conduta de Risco” está nas decisões que Michael terá de tomar, confrontando-se com suas convicções, vendo-se em um emaranhado de corrupção, diante de insucessos profissionais e pessoais. Michael Clayton terá de subverter a realidade ao seu redor e surpreender as expectativas dos que o cercam partindo assim em um caminho altruísta que no entanto pode lhe custar muito caro.

Conduta de Risco é a estréia de Tony Gilroy como diretor, Tony é o roteirista da trilogia Bourne e do filme “Advogado do Diabo” entre outros. O filme recebeu sete indicações ao Oscar 2008, Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator (George Clooney), Melhor Ator Coadjuvante (Tom Wilkinson), Melhor Atriz Coadjuvante (Tilda Swinton), Melhor Trilha Sonora e Melhor Roteiro Original. Sendo premiado por melhor ator coadjuvante(Tom Wilkison), premiação merecida pela atuação de Tom, que faz com que seu personagem trace uma linha tênue entre a revolta e a insanidade. Já Cloney também está muito bem no longa, ficando evidente a cada novo trabalho, um profundo amadurecimento do ator que “direciona” sua carreira para atuações muito mais complexas e ricas.

Ygor Moretti



Ficha Técnica
Título Original: Michael Clayton
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 119 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2007
Site Oficial: http://michaelclayton.warnerbros.com
Direção: Tony Gilroy
Roteiro: Tony Gilroy
Fotografia: Robert Elswit

Elenco
George Clooney (Michael Clayton)
Tom Wilkinson (Arthur Edens)
Sydney Pollack (Marty Bach)
Michael O'Keefe (Barry Grissom)
Tilda Swinton (Karen Crowder)
Dennis O'Hare (Sr. Greer)
Julie White (Sra. Greer)
Austin Williams (Henry Clayton)
Jennifer Van Dyck (Ivy)
Frank Wood (Gerald)
Bill Raymond (Gabe Zabel)
Sharon Washington (Pam)
Ken Howard (Don Jefferies)
Rachel Black (Maude)
Christopher Mann (Tenente Elston)
Cynthia Mace (Wendy - voz)
Michael Countryman (Evan - voz)
Jonathan Walker (Del - voz)
Thomas McCarthy (Walter - voz)
Danielle Skraastad (Bridget Klein - voz)
Wai Chan (Traficante chinês)

- Recebeu 4 indicações ao Globo de Ouro, nas categorias de Melhor Filme - Drama, Melhor Ator - Drama (George Clooney), Melhor Ator Coadjuvante (Tom Wilkinson) e Melhor Atriz Coadjuvante (Tilda Swinton).


Volver

Toda a filmografia de Pedro Almodóvar tem como objetivo, ou melhor, como marca, o choque, o impacto, a história desconcertante. Seja através da comédia ou do drama o cineasta utiliza contornos surreais para ao final falar de temas reais, dramas e tabus da humanidade.
Em Volver, Almodóvar foca o universo feminino, sobre tudo, a força da mulher moderna e da mulher de modo geral como uma entidade na sociedade.
Penélope Cruz é Raimunda, uma jovem mãe trabalhadora que sustenta o lar já que, o marido está desempregado e a filha ainda está no período da adolescência. A já complicada rotina da família é virada de cabeça para baixo, quando Raimunda ao voltar do trabalho encontra o marido morto na cozinha de sua casa com uma faca enfiada na barriga. Sua filha, Paula confessa que matou o pai após esse tentar abusar sexualmente dela. A partir daí, Raimunda traça um plano para livrar-se do corpo do marido sem que a culpa caia sobre Paula, junto a isso precisará traçar outros planos para conseguir o sustento da casa e mergulhar em um mar de segredos que vão se revelando e outros que precisam ser revelados.
Com roteiro e direção de Almodóvar, “Volver” é repleto de momentos secos e cruéis, ao passo que mesmo nessas circunstâncias, outros momentos de rara beleza e ternura se mostram possíveis. Os personagens sobre tudo são quem realizam atitudes distintas, como alias costuma ser na vida real. E é justamente essa a riqueza do trabalho do diretor, incluir e extrair o cômico das situações dramáticas e por outro lado fazer com que o drama seja algo inerente às situações cômicas.

Ygor Moretti

Ficha Técnica:

Título Original: Volver

Tempo de Duração: 121 minutos

Ano de Lançamento (Espanha): 2006

Site Oficial: www.sonyclassics.com/volver

Direção: Pedro Almodóvar

Roteiro: Pedro Almodóvar

Elenco

Penélope Cruz (Raimunda)

Carmen Maura (Avó Irene)

Lola Dueñas (Sole)

Blanca Portillo (Agustina)

Yohana Cobo (Paula)

Chus Lampreave (Tia Paula)

Antonio de la Torre (Paco)

Carlos Blanco (Emilio)

Maria Isabel Diaz (Regina)

Neus Sanz (Inês)

Carlos Garcia Cambero (Carlos)

Leandro Rivera (Auxiliar)

Yolanda Ramos (Apresentadora de TV)

Pilar Castro (Ajudante da apresentadora)Agustín Almodóvar



No Vale das Sombras

Tommy Lee Jones, indicado ao Oscar na categoria de melhor ator é Hank Deerfield, um policial militar aposentado que recebe a notícia do desaparecimento de seu filho, Mike Deerfield, que estava prestando serviços militares no Iraque e após retornar ao país desaparece. Embora Mike seja considerado foragido, Hank inicia uma investigação atrás dos últimos passos de seu filho. É ai que Emily Sanders (Charlize Theron) uma policial buscando respeito dos outros policiais e seus superiores, vê a oportunidade ideal para provar-se diante de maiores desafios.
Conforme as investigações progridem Emily e Hank deparam-se com um mistério que pode ser bem maior do que um simples caso de deserção.
O longa tem o jeito, e a forma como a história é conduzida, de um suspense. Porém o que faz “No Vale das Sombras” ser mais do que apenas um filme de suspense, ser também um drama e, por conseguinte um ótimo filme, é o enfoque dado ao personagem de Tommy Lee Jones e Susan Sarandon, e obviamente suas respectivas atuações.
Susan é Joan Deerfield a mãe de Mike, suas “aparições” no filme são poucas porém marcantes como de costume na carreira da atriz. Joan vive o drama de ter perdido um segundo filho na guerra o que a faz guardar grande mágoa do marido, por esse ter sido o “incentivador” dos garotos a seguirem carreira militar. Já Hank (Tommy Lee) desdobra-se entre o “Policial” mergulhado na investigação e o “Pai” que aos poucos e só aos poucos vai se dando conta de que pode ter perdido o filho para sempre.

Ygor Moretti


Ficha Técnica:

Título Original: In the Valley of Elah Tempo de

Duração: 124 minutos

Ano de Lançamento (EUA): 2007

Site Oficial: www.inthevalleyofelah.com

Direção: Paul Haggis

Roteiro: Paul Haggis, baseado em estória de Mark Boal e Paul Haggis

Fotografia: Roger Deakins

Elenco:

Tommy Lee Jones (Hank Deerfield)

Charlize Theron (Detetive Emily Sanders)

Jason Patric (Tenente Kirklander)

Susan Sarandon (Joan Deerfield)

James Franco (Sargento Dan Carnelli)

Barry Corbin (Arnold Bickman)

Josh Brolin (Chefe Buchwald)

Frances Fisher (Evie)

Wes Chatham (Steve Penning)

Jake MacLaughlin (Gordon Bonner)

Mehcad Brooks (Ennis Long)

Jonathan Tucker (Mike Deerfield)

Wayne Duvall (Detetive Nugent)

Victor Wolf (Recruta Robert Ortiez)

Brent Briscoe (Detetive Hodge)

Greg Serano (Detetive Manny Nunez)

Sete "náufragos" levam sua coleção de filmes para "ilha deserta"
da Folha Online

"Sete autores, cada um com direito a dez filmes: uma filmoteca e tanto para a ilha deserta."
Você é obrigado a ir para uma ilha deserta e tem direito a levar 10 filmes. Quais escolheria e por quê? Dez cineastas responderam a essa pergunta e contam as histórias que os fizeram optar pelos títulos.
"Ilha Deserta" , da Publifolha, é uma coleção que compilam o que nomes como os ficcionistas Carlos Heitor Cony, colunista e membro do Conselho Editorial da Folha, e Moacyr Scliar, colunista da Folha, os músicos Tom Zé e Arnaldo Cohen, o economista Eduardo Giannetti ou a psicanalista Maria Rita Kehl carregariam para suas ilhas.
Reprodução

"Ilha Deserta - Filmes", da Publifolha
"Ilha Deserta - Filmes" tem textos de Agnaldo Farias, Amir Labaki, Bernardo Carvalho, Inácio Araújo, Isa Grinspum Ferrraz, João Moreira Salles e Ugo Giorgetti. Cada um teve a liberdade de relacionar seus dez filmes prediletos do modo como lhe agradou. E foram vários os que burlaram o limite de uma dezena de obras. Inácio Araujo, João Moreira Salles e Isa Grinspum simplesmente escolheram 11.
Curiosidade: "o maior filme do século", "Cidadão Kane", de Orson Welles, não passaria no DVD instalado na ilha de nenhum dos sete convidados --ainda que, Amir Labaki e a socióloga Isa Grinspum Ferraz tenham levado "É Tudo Verdade", do mesmo diretor. "Ilha Deserta - Filmes"Autores: Agnaldo Farias, Amir Labaki, Bernardo Carvalho, Inácio Araújo e outrosEditora: PublifolhaPáginas: 224Quanto: R$ 27,00Onde comprar: Nas principais livrarias, pelo telefone 0800-140090 ou pelo site da Publifolha .