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UMA GAROTA DIVIDIDA EM DOIS

Ludivine Sagnier (a loira de Swimming Pool – 2003) é Gabrielle é uma garota que trabalha na televisão onde conhece Charles. Os dois se apaixonam apesar de Gabrielle ser casada.
O filme é dirigido pelo diretor francês Claude Chabrol, responsável por filmes como A Dama de Honra (
2004) , Madame Bovary (1991).


A atriz Ludivine Sagnier
O que apetece em ver “Uma Garota Dividida em dois” é a presença da talentosa atriz Ludivine Sagnier e a direção de Chabrol que unidos podem fazer de um roteiro aparentemente medíocre um trabalho surpreendente tal qual o “A Dama de Honra” de 2004 onde um rapaz e uma moça se apaixonam durante uma cerimônia de casamento, mais tarde para ter prova de seu amor ela pede ao rapaz que cometa um assassinato.


Cartaz do filme "Dama de Honra"
Uma Garota Dividida em Dois teve estréia nos cinemas em 18/07/2008 disponível em DVD
Ygor MF

Veja também:
Resenha sobre "Swimming Pool" estrelado Ludivine Sagnier


A BELA DA TARDE

Um casal apaixonado, uma esposa linda e recatada, um marido presente e atencioso, essa é a impressão que temos de Séverine e Pierre Serizy durante os primeiros segundos de “A Bela da tarde”, enquanto os dois passeiam numa carruagem aparentemente de forma romântica. Minutos depois o marido ordena que a carruagem seja imediatamente parada, arrasta a mulher para dentro da mata e pede ao cocheiros que à amarrem numa árvore e comecem a chicote-la para depois abusar sexualmente da esposa. Mas calma, tal brutalidade não passou de um sonho, de um devaneio de Séverine (Catherine Deneuve), uma moça tímida, de uma sensualidade contida mas que mesmo assim desperta o desejo dos homens e a curiosidade das mulheres.



Em seus pensamentos mais recônditos Séverine alimenta estranhos desejos sexuais e um profundo descontentamento com os prazeres que o marido pode lhe proporcionar.
Quando tem conhecimento da existência de um discreto bordel de Madame Anaïs, Séverine dá inicio a busca da realização de suas obsessões. O endereço Cité Jean de Saumur, nº 11, ressoa em sua mente, ainda que temerosa Séverine mergulhará enfim num mundo que lhe é totalmente avesso as suas convicções sociais, deparando-se com personagens e situações bizarras que no entanto, não a assustarão mais.

Essa é a história de “A Bela da Tarde”, que segue com um clima de surrealismo e suspense, talvez essa a maior qualidade do trabalho do diretor Luís Buñuel, imprimir tal clima surrealista de forma discreta, nas pequenas coisas, nos pequenos gestos e olhares dos personagens. A sensação é a de que em todas as cenas, algo vai eclodir na tela, uma situação ou um desvario virá a tona.
Contudo, o roteiro de bases simples não torna o entendimento da trama complexo, mesmo com constantes incursões pela mente de Séverine, nada se mostra explícito ou gratuito. Se as coisas realmente acontecem ou são apenas desejos íntimos de Séverine ou mesmo de Pierre seu marido, tudo permanece num leque de opções que o roteiro apresenta. Assim, mais do que um drama surreal que se “explica” e se utiliza de tal característica “A Bela da tarde” soa melhor como um intrigante drama psicológico, vivido por um personagem atormentado por estranhos desejos secretos. O que há de surreal na obra está incurtido no constante suspense ao longo do filme.

A atuação de Catherine Deneuve corresponde à complexidade de sua personagem, a atriz compila gestos e olhares dúbios que a todo instante confundem ou escondem sua verdadeira personalidade.

O filme ganhou o Leão de Ouro no Festival de Veneza e teve uma “continuação” filmada em 2006 “Sempre Bela” onde um homem 38 anos depois reencontra a esposa de um amigo, que se prostituía.
Antes de filmar A Bela da Tarde, a atriz Catherine Deneuve interpretou outra personagem com sérios distúrbios sexuais em “Repulsa ao Sexo” (1965) de Roman Polanski , no longa Catherine é Carol Ledoux, uma bela mulher que é sexualmente reprimida e vive com sua irmã mais velha. Ela constantemente resiste aos assédios do seu namorado e também desaprova o amante da irmã. Quando esta viaja com ele em férias, Carol fica sozinha no apartamento e se afunda em uma profunda depressão, passando a ter várias alucinações. Reza a lenda que a atriz teria “ganho” seu papel em “A Bela da Tarde” após o diretor ver sua atuação em “Repulsa ao Sexo”.

Ygor MF

Ficha Técnica:
Título Original: Belle de Jour
Tempo de Duração: 100 minutos
Ano de Lançamento (França): 1967
Direção:
Luis Buñuel
Roteiro: Luis Buñuel e Jean-Claude Carrière, baseado em livro de Joseph Kossel
Direção de Fotografia: Sacha Vierny
Elenco:
Catherine Deneuve (Séverine Serizy)
Jean Sorel (Pierre Serizy)
Michel Piccoli (Henri Husson)
Geniviève Page (Madame Anais)
Pierre Clémenti (Marcel)
Françoise Fabian (Charlotte)
Macha Méril (Renee)
Muni (Pallas)
Maria Latour (Mathilde)


OS REIS DA RUA
Um filme policial com muitos tiros e pouca nitroglicerina...

Essa é uma das boas qualidades de “Os Reis da Rua”, um filme policial por excelência, que se utiliza sim dos tantos clichês, artimanhas e características inescapáveis do gênero, mas enfoca tudo de uma maneira mais “realista”, o que não quer dizer que tenha características de um documentário tão pouco o choque e a sinalização social de filmes como por exemplo: Cidade de Deus e Tropa de Elite. No entanto, para padrões de Hollywood o filme se porta bem.

Keanu Reeves é o destemido e implacável detetive Tom Lodlow, dono de uma mira mortífera aliado ao ímpeto de fazer justiça a qualquer preço. Por isso, Tom rapidamente começa a ganhar destaque em sua unidade, respeitado por alguns e odiado por outros, o detetive segue numa carreira solo, justificada tanto pela capacidade de se virar sozinho como pelo ego inflado e a constante desconfiança que carrega consigo.

Ninguém escapa, ninguém sobrevive fora do “sistema”, e como o título sugere são os reis da rua que controlam tal sistema, esse é o contexto onde Tom Lodlow está inserido e de onde terá de sair ileso descobrindo quem são os verdadeiros criminosos e os homens da lei.
Para isso Tom dará início a uma investigação extra-oficial remexendo o caso de um brutal assassinato de policial. Mergulhando numa teia de corrupção e violência onde não poderá confiar em ninguém.
Essa é a trama de “Os Reis da Rua”, dirigido por David Ayer, com roteiro baseado em estória de James Ellroy (famoso escritor de romances policiais tal como “Los Angeles Cidade Proibida, Dália Negra e Jazz Branco), contando com boas presenças no elenco de Forrest Whitker e Chris Evans (o Tocha-Humana do Quarteto Fantástico).

No papel principal Keanu Reeves constrói bem o perfil de seu personagem, um sujeito nem mocinho nem vilão. Outra boa participação é de Hugh Laurie (O Dr. House do seriado) no papel do capitão James Briggs.
Com um bom elenco e roteiro, uma direção igualmente boa e discreta, que faz com que a história decorra de forma segura e firme, “Os Reis da Rua” chega às locadoras como uma boa opção de filme policial.

Ygor MF

Ficha Técnica:
Título Original: Street Kings
Tempo de Duração: 109 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2008
Direção: David Ayer
Roteiro: Kurt Wimmer, James Ellroy e Jamie Moss, baseado em estória de James Ellroy
Fotografia: Gabriel Beristain

Elenco:
Keanu Reeves (Detetive Tom Ludlow)
Forest Whitaker (Capitão Jack Wander)
Common (Coates)
Martha Higareda (Grace Garcia)
Chris Evans (Detetive Paul Diskant)
Noel Gugliemi (Quicks)
Kevin Benton (Tenente Van Buren)
Hugh Laurie (Capitão James Briggs)
Naomie Harris (Linda Washington)
Cle Shaheed Sloan (Fremont)
Amaury Nolasco (Detetive Cosmo Santos)
Terry Crews (Detetive Terrence Washington)
Cedric the Entertainer (Scribble)
Jay Mohr (Sargento Mike Clady)
Angela Sun (Julie Fukashima)
Walter Wong (Thug Kim)
Clifton Powell (Sargento Green)
John Corbett (Detetive Dante Demille)