Valsa Com Bashir

Durante as primeiras cenas de Valsa com Bashir, animação israelense que concorreu ao Oscar de melhor filme estrangeiro, é impossível ou ao menos de grande dificuldade não permanecer impressionado e perplexo com as deslumbrantes imagens do longa. Uma mistura de desenhos 2D com traços grossos e tremidos junto a movimentos em 3D que chegam a assustar tamanho o realismo alcançado.

Passados essas primeira impressões que ao longo do filme voltaram a deslumbrar os olhos do público, Valsa com Bashir mostra a tentativa angustiada de Ari Folman (Diretor e roteirista do filme, também soldado das forças de Israel) de reconstruir sua memória sobre o tempo da guerra civil Libanesa e do massacre de Sabra e Shatila. Tal viagem de reconstrução terá inicio quando Folman ouve o relato de um amigo sobre os pesadelos que o perseguem desde o tempo do exército, intrigado com a sua falta de lembranças daqueles tempos, o diretor, roteirista e personagem do filme dá inicio a busca por suas memórias perdidas.

Nesse caminho o longa ganha um “ar” documental que intercala os dramas das pessoas envolvidas na guerra chegando a momentos de pura vertigem, onde realidade e alucinações mal podem ser distinguidas.
Como não poderia ser diferente de uma história sobre guerra e mais, sobre os conflitos do oriente médio, Valsa com Bashir toca sim em questões políticas, mostra os absurdo cometidos e deixa claro sua critica, no entanto, sem deixar-se levar por uma postura panfletária, sendo mais pacifista do que partidário.

Com estréia prevista para 03/04/09 Valsa com Bashir surge como uma ótima opção nas telas dos cinemas.

Ygor MF

Valsa com Bashir (Vals Im Bashir, 2008. Israel, Alemanha, França, EUA)Direção: Ari Folman
Roteiro: Ari Folman
Elenco: Ari Folman,
Ron-Ben Yishai,
Ronny Dayag
Duração: 90 min.


Trailer:


Quinze anos se passam. Ela tem agora o andar de uma mulher. Se os seus 24 anos não lhe tornavam completa, davam a ela a emancipação intelectual que difere as moças assim independentes das outras. Conseguia compreender os filmes daquele diretor, entendera que para certas artes temos de estar prontos, aptos, merecedores de seu entendimento. Uma menina mulher, uma mulher ainda menina, busto, coxas, cabelos, cintura, olhos...um olhar...


Descia a rua Augusta rumo ao Espaço Unibanco. “Curta as Seis”. Filme Europeu, assim Helena era mais Helena. Discreta porém elegante, dava margem para a suspeita de ser uma prostituta. Mantinha um sorriso entre-aberto no rosto, como quem cumprimenta a noite que se aproxima e todos os homens como supostos clientes. Num modo pessoal de crueldade, num humor requintado.


As luzes no cabelo iam se apagando, era preciso voltar ao salão de beleza, porém era preciso esperar para ter dinheiro e voltar “Aquele” salão. Os seus lábios estavam um pouco ressecados, tinha visto numa revista uma receita de uma mistura de frutas para hidratá-lo. O seu rosto estava perfeito, a mudança de alimentação desde o mês passado fizera efeito de fato.


Com algumas roupas ainda se achava um pouco gorda, algumas outras porém lhe davam a cintura perfeita e a aparência de estar dois quilos acima do peso. De acordo com o que ouvira de um amigo, era a perfeição física de uma mulher. Estava satisfeita consigo, com o que via no reflexo dos vidros dos carros e lojas, um sorriso ameaçava tomar seu rosto. Saíndo do cinema, tour pelo centro, fazia questão de pegar o “Avenidas”, adorava o trajeto daquele ônibus por mais que levasse maior tempo até o apartamento. Helena era um ímã para cafajestes...

Trecho do Conto "My Funny Valentine"


Para assistir ao curta click no link abaixo:

http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=13824137#


Rapsódia do Absurdo
Gênero Documentário:
Experimental, Grande Prêmio Vivo
Diretor Cláudia Nunes
Ano 2007
Duração 15 min
Cor Colorido
Bitola indisponível
País Brasil
Documentário poético com cenas de arquivo de dois episódios marcantes de luta pela terra no campo e cidade no Brasil: Fazenda Santa Luzia e Parque Oeste Industrial, em Goiás.
MEME Literário

Convidado pelo Sérgio Deda do Blog dos Cinéfilos a participar de um interessante MEME Literário, deixo aqui a minha contribuição:

As regras são as seguintes:


1) Agarrar o livro mais próximo
2) Abrir na página 161
3) Procurar a quinta frase completa
4) Colocar a frase no blog
5) Repassar para cinco pessoas





Título: Livro - Evangelho Segundo Jesus Cristo, O

"Maria ponderou em seu intimo e achou-os simples, naturais e justificados, tanto como estar vendo as suas próprias mãos ao luar. Voltou então para casa, tomou do gancho da parede a candeia e foi alumiar a larga cova deixada pela planta arrancada. No fundo estava a tigeja vazia. Meteu a mão no buraco e tirou-a para fora, era apenas a tigeja comum que se lembrava, só com um pouquinho de terra dentro, mas apagados os seus lumes, um prosaico utensílio doméstico regressado às suas funções originais, de agora em diante tornará a servir ao leite, à água ou ao vinho, consoante o apetite a as posses, bem certo é que se tem dito, que cada pessoa tem a sua hora e cada coisa o seu tempo."

Sendo um texto do Saramago corria o risco de copiar aqui páginas e páginas já que parágrafos e pontos finais são raridades nos texto do autor rsss

Autor: Jose Saramago
Editora: Companhia das Letras
Assunto: Literatura Estrangeira-Romances
Número de Páginas: 448

Repasso o desafio para os seguintes blogs:

Fernando Damasceno do http://jareparou.blogspot.com/

Rafael do http://www.mondocosa.blogspot.com/

Miriam do http://miriamfajardo.blogspot.com/

Pedro Henrique do http://tudoecritica.blogspot.com/ e

Cleber do http://cineeclub.blogspot.com/


O Búfalo da Noite

Dirigido pelo novato Jorge Hernandez Aldana, “O Búfalo da Noite” baseado no romance de Guilhermo Arriaga, responsável por roteiros de Babel (2006), Três Enterros (2005), 21 Gramas (2003) e Amores Brutos (2000), conta à história de um mórbido triangulo amoroso. Gregório e Manuel (Diego Luna) são grandes amigos que se distanciam por conta das diversas internações de Gregório em hospitais psiquiátricos para tratar de sua esquizofrenia.
Paralelo a essas ausências, Manuel e Tania (Liz Gallardo) namorada de Gregório, se aproximam de forma carnal e sentimental. Anos mais tarde quando recebe alta do hospital os amigos tentam uma reaproximação, que num primeiro momento parece promissora, porém, dois dias depois do reencontro Gregório se suicida com um tiro na cabeça.
Dias depois Manuel recebe uma caixa com diversas fotos, frases e lembranças do amigo morto. A partir daí a vida de Manuel não será mais a mesma, entre a paranóia e culpa tentará dar seqüência a sua vida e reencontrar a paz interior.

Como de costume nos filmes de Guillermo, a ação não é linear, no entanto, em “O Búfalo da Noite” as variações de tempo e espaço pouco modificam o ritmo do longa, são alguns flash-backs que traçam o caminho dos personagens até o momento atual da história. Búfalo da Noite devido a estrutura de seu roteiro poderia facilmente ser um suspense, (personagem buscando pistas para desvendar o segredo de um segundo personagem morto), porém o que Guillermo escreveu e o que se vê na tela é o drama de um personagem que sabe que falhou, que traiu a confiança de um amigo, que foi fraco diante da tentação, e agora sente próximo a presença do remorso e da culpa. A busca de Manuel portanto, não é para solucionar um problema, mas sim para buscar uma justificativa para o “crime” cometido.

As atuações são bastante convincentes, seja na pequena mas marcante participação de Gabriel González no papel Gregório, ou ainda Liz Gallardo como a bela e introspectiva Tânia. Por fim, Diego Luna como o nome mais conhecido, fecha o elenco no papel de Manuel, um sujeito da espécie dos moralistas sem moral, um conquistador dissimulado, juntando-se a outras interpretações marcadas pela angustia e a vergonha provocada por seus erros.

Quanto a dupla diretor-roteirista, fica a sensação de um trabalho desentrosado, o texto de Guilhermo parece não ter sido absorvido pelo diretor, a qualidade de um parece não encontrar par noutro. Pode o contrário a isso ser verdade também, como a perda de uma essência maior do texto no processo de adaptação para o cinema. Contudo, mesmo ao lado da dúvida e do estranhamento o trabalho não é minimizado por completo, mas deixa saudade do virtuosismo dos filmes anteriores realizado por Guillermo e Alejandro Inarritu, diretor de Babel, 21 Gramas, Amores Brutos e outros.

Ygor MF

Ficha Técnica:
Título Original: El Bufalo de la Noche
Tempo de Duração: 99 minutos
Ano de Lançamento (México): 2007
Direção: Jorge Hernandez Aldana
Roteiro: Guillermo Arriaga e Jorge Hernandez Aldana
Fotografia: Héctor Ortega
Elenco:
Diego Luna (Manuel)
Walther Cantú (Jacinto Anaya)
Liz Gallardo (Tania)
Armando Hernández (Beto)
Verónica Langer (Mãe de Gregório)
Hugo Albores
Irene Azuela
Emilio Echevarría
Gabriel González
Claudia Schmidt
Camila Sodi

O Sonho de Cassandra

Quando “Os Trapaceiros” foi lançado em 2000 seguido de “O escorpião de Jade” 2001 e “Dirigindo no escuro” 2002, muitos dos fãs de Wood Allen torceram o nariz para os recentes trabalhos do diretor, dizendo não mais reconhecer o “Wood” intelectualizado de filmes que embora possuíssem um ar cômico, tivessem também um dialogo e o próprio humor mais refinado, diferente do quase pastelão visto nos três últimos lançados entre 2000 a 2002.
Com o lançamento de “Match Point” em 2005 uma “nova” faceta do diretor pode ser vista, não por Match ser um filme mais sério, algo que o diretor já havia feito em filmes como por exemplo “Crimes e Pecado” de 1989, mas por não conter característica marcantes que fariam qualquer um reconhecer seus filmes vendo apenas algumas cenas.
Em “O Sonho de Cassandra” 2007 o drama e, sobretudo o suspense de Match Point estão presentes com maior força junto a um ótimo elenco encabeçado por Ewan McGregor, Colin Farrel e Tom Wilkinson.

Ian (Ewan McGregor) e Terry (Colin Farrell) são dois irmãos em busca da realização plena de suas vidas, Ian é sócio do pai em um restaurante, não vendo a hora de poder abrir seu próprio negócio, Ian leva uma vida de playboy utilizando os carros da oficina do irmão Terry para construir de forma convincente a sua imagem de um rico empresário. Já Terry que trabalha duro na oficina e tem um relacionamento estável com esposa, sofre do vicio do jogo o que torna seu futuro incerto e perigoso.

O filme tem inicio com os dois irmãos negociando a compra de um pequeno barco, aproveitando uma maré de sorte de Terry a compra é feita e o barco é batizado com o nome de “O Sonho de Cassandra”. No entanto, como todo jogador viciado, Terry não tem controle do que faz nem consciência de onde quer chegar, num constante impulso de apostar cada vez mais acaba perdendo tudo e adquirindo uma dívida por volta de 90 mil libras, junto a essa, seu nome incluído numa perigosa lista de devedores.

Desesperados os irmãos não sabem como conseguir o dinheiro e salvar a pele de Terry, até que Howard (Tom Wilkinson), o tio rico dos garotos chega a Londres para uma rápida visita. Sem titubear a situação é explicada e o pedido de socorro feito, Howard após um breve sermão, seguido por um discurso valorizando os laços familiares decide por socorrer os sobrinhos, expondo na seqüência uma outra situação, onde ele Howard é quem precisará da ajuda de Ian e Terry, no entanto, o seu pedido confrontará aos princípios dos irmãos e mudará suas vidas para sempre. É nesse ponto onde todo o drama dos personagens e a tensão do filme é trabalhada, ao passo em que as coisas vão saindo do controle e tudo vai se dissipando beirando sempre o desmoronamento. O roteiro não se preocupa em costurar uma história policial, mostrando principalmente suas conseqüências, mas mantém-se firme principalmente no antes dos fatos, No drama e na angustia das decisões.
Em entrevista Wood Allen reconhece que o seu forte é de fato o cômico, mas não esconde, embora sem magoa alguma, sua vontade de ser um autor dos dramas. Com “O Sonho de Cassandra” o diretor e roteirista se reafirma como um dos principais nomes do cinema, atravessando a história mantendo um estilo único, porém com uma gama inesgotável de diferentes e ótimos trabalhos.

Ygor MF

Ficha Técnica

Título Original: Cassandra's Dream
Tempo de Duração: 108 minutos
Ano de Lançamento (EUA / Inglaterra / França): 2007
Direção: Woody Allen
Roteiro: Woody Allen
Fotografia: Vilmos Zsigmond

Elenco:
John Benfield (Pai)
Clare Higgins (Mãe)
Ashley Madekwe (Lucy)
Andrew Howard (Jerry)
Tom Wilkinson (Howard)
Philip Davis (Martin Burns)
Hayley Atwell (Angela Stark)
Sally Hawkins (Kate)
Stephen Noonan (Mel)
Dan Carter (Fred)
Jennifer Higham (Helen)
Lee Whitlock (Mike)
Milo Bodrozic (Milo Bodrozic)
Emily Gilchrist (Emily Gilchrist)
Richard Lintern (Diretor)
Peter-Hugo Daly (Dono do barco)