Persépolis

Adaptado dos quadrinho da iraniana Marjane Satrapi para o cinema, Persépolis conta a história de vida da autora que presenciou o inicio da Revolução Xiita no Irã, e as mudanças que essa provocou na vida das pessoas daquele país.

Nascida em uma família politicamente ativa, sobretudo, na torcida e nas ações de protesto contra o Xá (espécie de rei do Irã), Marjane e todo o país viveram um curto espaço de euforia quando o rei finalmente foi deposto. No entanto, a esperança por um país mais justo e livre teve seu fim com a dura realidade da Revolução Xiita, devolvendo o país a um cenário ainda mais repressor e atrasado.

Através de suas memórias a autora relembra várias situações que se deparou desde a sua infância, passando pela adolescência repleta de uma enorme necessidade de adaptar-se a nova realidade, chegando as crises da juventude e as idas e vindas da Europa durante esse período.

Lançado originalmente em quatro volumes e mais tarde relançado pela Cia das Letras em volume único. A animação Persépolis não dá conta de todas as narrativas contidas nas páginas da HQ, mas constrói panorama delicado e realista de um importante momento histórico do país e porque não do mundo.

Na transposição de uma mídia para a outra, o traço marcante de Marjane foi mantido, a constante presença do contraste preto e branco junto aos grandes campos do preto chapado, tanto na página quanto na tela, dão maior ênfase ao drama e a tensão dos personagens.

Persépolis não é apenas um sucesso tanto gráfico como agora nos cinemas, tão pouco uma obra taxativa, panfletária e repetidamente política. A obra de Marjane Satrapi ultrapassa barreiras políticas, culturais e religiosas, alcançando o status de universal, quando salienta e discute principalmente a condição humana na terra, seja ela em que parte do planeta for. Enfrenta tabus e desmonta, dribla preconceitos, aproxima as pessoas e adia conflitos causados pela incompreensão. Mas é bem possível que autor e obra nem saibam do bem que fazem, quando são honestos e talentosos...

Ygor MF




Ficha Técnica:
Título Original: Persepolis
Gênero: Animação
Tempo de Duração: 95 minutos
Ano de Lançamento (França / EUA): 2007
Direção: Vincent Paronnaud e Marjane Satrapi
Roteiro: Vincent Paronnaud, baseado em livro de Marjane Satrapi
Música: Olivier Bernet
Desenho de Produção: Marisa Musy

Elenco:
(Vozes)Chiara Mastroianni (Marjane "Marji" Satrapi)
Catherine Deneuve (Sra. Satrapi)
Danielle Darrieux (Avó de Marjane)
Simon Abkarian (Sr. Satrapi)
Gabrielle Lopes (Marjane Satrapi - criança)
Tilly Mandelbrot (Lali)

Recebeu uma indicação ao Oscar de Melhor Filme de Animação.

Recebeu uma indicação ao Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro.

Recebeu uma indicação ao BAFTA de Melhor Filme Estrangeiro.

Recebeu uma indicação ao Independent Spirit Awards de Melhor Filme Estrangeiro.

Recebeu 6 indicações ao César, nas categorias de Melhor Filme, Melhor Filme de Estréia, Melhor Edição, Melhor Som, Melhor Trilha Sonora e Melhor Roteiro Adaptado.

Recebeu uma indicação ao European Film Awards de Melhor Filme. -

Ganhou o Prêmio do Júri, no Festival de Cannes.

Ganhou o Prêmio do Público e o Prêmio MovieZone, no Festival de Roterdã.

Ganhou o Prêmio do Público de Melhor Filme Estrangeiro, na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.





E-Readers... o fim dos livros?

Primeiro vieram os e-books, livros digitais, scaneados ou digitados para ler no computador, apresentados com diagramações nem sempre de qualidade. Simultâneo a esses arquivos surgiram os primeiros programas para melhor visualizar os tais livros digitais. São conhecidos como readers, que passaram de programas para aparelhos próprios para armazenar e visualizar arquivos de texto. Com a tecnologia em constante evolução, os aparelhos e-readers hoje agregam diversas funções, como o acesso a internet além de se aproximarem cada vez mais de uma forma adequada para manter a leitura um ato prazeroso e prático através de novos veículos.

Recentemente a Amazon lançou o Kindle X que promete ser o mais avançado e pratico E-Reader do mercado, com venda somente nos Estado Unidos, o aparelho está sendo comercializado por $489,00, alguns pacotes já incluem assinatura de diversos jornais e periódicos pelo mundo que podem ser acessados através do Kindle X.

detalhe do Kindle x da Amazon

O aparelho tem capacidade de 4 Giga para armazenamento, por enquanto as fotos ainda são preto e branco, o Kindle X possui uma ferramenta que executa a leitura em voz do texto exibido na tela. Estuda-se num futuro a possibilidade de rodar trechos de filmes nos livros. É possível ainda baixar e comprar livros através do aparelho.

Com o lançamento do E-Reader da Amazon que junta-se outros aparelhos, japoneses e europeus, surge novamente a discussão sobre o futuro e a viabilidade do mercado dos livros. Os E-Readers podem ou poderão algum dia substituir por completo os livros? Tal mídia pode ser a salvação do mercado editorial?

Diferente do que aconteceu com as fitas cassetes, sendo totalmente substituídas por, cds, dvds, blue-ray etc. Os livros estão entre nós desde tempo imemoráveis e proporcionam um prazer único que não limita-se simplesmente a leitura, o manuseio do livro, o contato com as páginas, a admiração da diagramação dos textos e capas, além os diferentes materiais utilizados no acabamento compõem fatores que tornam sim o livro insubstituível. No entanto, a existência de um não faz necessário a exclusão do outro, da mesma forma que há Filmes e filmes, nos quais os primeiros são aqueles que queremos colecionar e os outros apenas assistir e quando muito guarda-los na memória, com os livros o mesmo pode ocorrer, cabendo ao leitor escolher a melhor forma, o melhor meio de adquirir tal produto.

espessura do e-reader kindle x

Com a possibilidade de acessar conteúdos de jornais e revistas, os E-Readers podem sim ser de grande utilidade ao acesso desses matérias que na maioria das vezes são “descartáveis”, neste caso então, colaborando e muito para o impacto ambiental causado pelo volume descomunal de impressão ao redor do mundo.

E você o que pensa a respeito disso?
Deixe seu comentário!
Ygor MF


Budapeste

Com estréia prevista para dia 22 de maio, Budapeste é o terceiro romance de Chico Buarque a ser adaptado para o cinema, “Estorvo” de 1991 e “Benjamim” de 1995 foram levados a telona em 2000 e 2004 respectivamente.
Se para a literatura o texto de Chico se mostra imensamente rico e de uma complexidade narrativa que requer do leitor uma boa dose de atenção, no cinema esse mesmo texto encontra “ferramentas” que dão à narrativa uma fluência natural e dinâmica, demonstrando o quão cinematográfico são os textos de Chico Buarque.
Se em Estorvo se faz pela paranóia e incertezas, Benjamim e Budapeste se valem por “realidades” paralelas ou de multi-possibilidades. Todos elementos diversas vezes utilizados nos cinema. Contudo, a de se ter o cuidado de não julgar o texto do autor menor por ter essa carga cinematográfica, essa é apenas uma das características que permeiam a obra de Chico. Se a complexidade narrativa de seus textos se mostra perfeitamente adaptável, quase pronta para o cinema, essa mesma complexidade na literatura funciona como um exercício único de descobertas e reflexões, em outras palavras, leitura de alto nível.

Com direção de Walter Carvalho, roteiro do próprio Chico em parceria com Rita Buzzar, Budapeste conta com Leonardo Medeiros, Gabriella Hármoni e Giovanna Antonelli no elenco.
Conta a história de José Costa (Leonardo Medeiros) um ghost-writer, escritor especialista em escrever livros para terceiros sob a condição de permanecer anônimo. Na volta de um congresso, Costa é obrigado a fazer uma escala imprevista na cidade de Budapeste, o que desencadeará uma série de eventos envolvendo-o em uma surpreendente história. Casado com Vanda (Giovanna Antonelli), uma famosa apresentadora de telejornais, Costa conhece Kriska (Gabriella Hámori) em Budapeste. Com ela aprende húngaro, que segundo dizem, "é a única língua que o diabo respeita".

Budapeste estréia prevista pra dia 22/05/2009
Ygor MF
Trailer



Informações Técnicas:
Título no Brasil: Budapeste
Título Original: Budapest
País de Origem: Humgria / Brasil / Portugal
Classificação etária: 16 anos
Tempo de Duração: 113 minutos
Ano de Lançamento: 2009
Estréia no Brasil: 22/05/2009
Estúdio/Distrib.: Imagem Filmes
Direção:
Walter Carvalho
Elenco:
Leonardo Medeiros ... José Costa
Gabriella Hámori ... Kriszta
Giovanna Antonelli ... Vanda
András Bálint
Andrea Balogh ... Shorthand-writer
Nicolau Breyner ... French Ghost Writer
Ivo Canelas ... Álvaro
Péter Kálloy Molnár
Antonie Kamerling ... Kaspar
Tamás Puskás
Ádám Rajhona
Sandor Istvan Nagy ... Fan at airport
Oliver Simor ... Pub Guest

Acredito que com essa postagem encerro uma pequena lacuna aqui pelo Blog, voltando ao normal desde já. Abraço a todos e ótima semana!!!


Das hipotéses dum caixeiro viajante

Não há um caminho para Damasco...
A estrada que leva a esse “não-lugar”
tem o projeto simétrico duma reta numa estrada
que se finge de sem fim.

É o encontro dum contra-censo,
duma maldição contida nos bolsos,
onde é maior o estado de “estar-indo” do que
a plenitude do chegar.

É a contra-partida dos passos,
é o cansaço que alcança
um contra-ponto onde se deita.

A viajem para Damasco
é a espreita e a cegueira,
é o sonido e o ritmo do andar.