Video Arte - Pipilotti Rist

Alguns trabalhos da artista suíça que terá seus vídeos expostos no Museu da Imagem e do Som em São Paulo, de 06/10/09 a 03/01/2010 e no Paço da Arte de 06/10 a 06/12.










Vida Inteligênte na TV

São 22 horas e alguns poucos minutos da noite de sexta feira, antes de iniciar o próximo programa uma vinheta anuncia: O programa a seguir não é recomendado para menos de 16 anos. Tal anúncio assusta num primeiro momento já que estamos falando de um canal público com uma programação voltada inteiramente para a educação e informação de alto nível. Mas vamos lá... Continuemos...

Ao começar o programa um senhor nos recebe recitando um texto literário ou nos indagando sobre questões éticas e culturais, num tom sempre de deboche proclama os 9 anos de programa, como ele mesmo repete nos: 9 anos de uma audiência de cerca de 10 ou 15 pessoas.

Este é o clima do programa Provocações, exibido pela TV Cultura, apresentado por Antônio Abujanra, que recebe celebridades ou não para um entrevista ácida e repleta de ironia, inteligência mas sobre tudo, sinceridade.

As perguntas são feitas com ar de provocação, com intenção de intimidar o entrevistado, que honesto corresponde ao clima proposto, respondendo com honestidade e sem amarras. Nesse ritmo alguns depoimentos são "colhidos" dos populares pelo centro de São Paulo, comentários menos intelectualizados, sem nenhum ensaio ou artificio retórico, mas que, retram a realidade do povo e do país.

Todas as sextas feiras, as 22:10 horas, Programa Provocações, não perca!
Abaixo alguns momentos...






Coraline

Com direção e roteiro de Henry Selick, diretor de “O Estranho Mundo de Jack”, o longa “Coraline” adaptado do romance de Neil Gaiman encontra na linguagem cinematográfica, espaço e profundidade que acompanha o rico universo do escritor.

Entediada em sua nova casa, Caroline Jones (Dakota Fanning) busca algo que a entretenha já que seus pais sempre ocupados com o trabalho lhe permanecem distantes e afetivamente ausentes. Em uma de suas buscas por diversão conhece o excêntrico garoto Wybie Lovat, personagem criado exclusivamente para o filme, mas que terá grande importância para história. Apesar de sua estranha aparência Wybie possui a melhor das intenções, ser amigo, pensando nisso presenteia Coraline com um estranho souvenir, uma boneca de pano com a mesma aparência física da menina.

Certa noite enquanto dorme ao lado de sua miniatura, Coraline desperta de repente, percorrendo sua casa com a qual não está totalmente habituada, encontra uma pequena porta que lhe abrirá caminho para um outro mundo, uma realidade paralela a sua, porém, um lugar onde todas as cores são mais vivas, seus pais extremamente atenciosos e felizes. Mas nem tudo são flores, o que num primeiro momento pode lhe parecer a realização de seus desejos, na verdade esconde segredos e perigos cuja a garota jamais poderia imaginar.

Essa é a história de “Coraline e o Mundo Secreto” longa de animação criado em stop-motion acrescido de diversos efeitos especiais. A riqueza dos detalhes parece não ter limites, personagens, cenários e figurino, pensados e construídos com extremo cuidado. A concepção artística de Coraline teve como inspiração as ilustrações do japonês Tadahiro Uesugi, os traços e as cores usadas pelo artista foram influências bastante presentes nos estudos e no material final.

A evolução da história foi acompanhada de perto e aprovada por Neil Gaiman, desde a inclusão de um personagem novo até as pequenas mudanças pelas quais uma adaptação precisa passar. Nesse ponto vale a ressalva que se tratando de adaptações cinematográficas, cabe ao grande público se desarmar de grandes expectativas para ver na tela todas as palavras representadas. Tal lembrete pode se estender a todas as adaptações literárias para o cinema, já que, são veículos e formas diferentes de contar uma mesma história, aja vista que nem tamanha tecnologia disponível pode transportar o universo literário que utiliza entre outras coisas da subjetividade de cada leitor, para o universo cinematográfico. Se muito embora ambos possam convergir em vários momentos, é pelas diferenças e limites de cada um que precisam ser ADAPTADOS...

Com a voz de Dakota Fanning no papel principal, Coraline surpreende e deslumbra pela perfeita união entre conteúdo e execução. São 101 minutos de imagens instigantes e de rara beleza, um frescor e um imã para os olhos, ainda que estes sejam de botões...

Ygor MF

Ficha Técnica:

Título Original: Coraline

Tempo de Duração: 101 minutos

Ano de Lançamento (EUA): 2009

Site Oficial: http://www.coralineofilme.com.br/

Estúdio: Laika Entertainment / Pandemonium

Direção: Henry Selick

Roteiro: Henry Selick, baseado em livro de Neil Gaiman

Efeitos Especiais: Gentle Giant Studios

Elenco:

(Vozes)Dakota Fanning (Coraline Jones)

Teri Hatcher (Mãe / Outra Mãe)

Jennifer Saunders (Srta. Spink)

Dawn French (Srta. Forcible)

Keith David (Gato)

John Hodgman (Pai / Outro Pai)

Robert Bailey Jr. (Wybie Lovat)

Ian McShane (Sr. Bobinsky)

Carolyn Crawford (Avó de Wybie)




Lula O Filho do Brasil - Trailer






Aproveitando o anuncio da vitória da cidade do Rio de Janeiro para sediar as Olimpíadas de 2016, fato controverso que para muitos pode ser uma conquista do país e do atual governo e para outros um futuro e grande problema. Aparecem os primeiros trailers do filme Lula, o filho do Brasil, com previsão de estréia para o início de 2010, outra realização bastante controversa que aparenta certo oportunismo político ou somente como uma realização cinematográfica.



Independente de questões ou escolhas políticas, o trailer mostra o que parece ser mais uma boa produção do cinema nacional. Com direção de Fábio Barreto, baseado no livro escrito pela jornalista Denise Paraná o longa narrará a história de Lula de seu nascimento até a morte de sua mãe, quando é um líder sindical de 35 anos detido pela polícia política da ditadura militar.




O elenco é formado por:
Rui Ricardo Dias - Luiz Inácio Lula da Silva (adulto)
Guilherme Tortólio - Luiz Inácio Lula da Silva (adolescente)
Glória Pires - Eurídice Ferreira de Melo (Dona Lindu)
Lucélia Santos - Professora de Lula

Cléo Pires - Maria de Lourdes da Silva
Juliana Baroni – Marisa Letícia Lula da Silva
Clayton Mariano - [Lambari]
Suzana Costa – parteira
Jones Melo - vendedor
José Ramos - motorista de pau-de-arara




O Escafandro e a Borboleta

Adaptado do livro de Jean-Dominique Bauby, editor da revista Elle que conta suas memórias e descreve a percepção de mundo que lhe coube após um derrame cerebral, “O Escafandro e a Borboleta” consegue unir força e beleza, fazendo enxergar poesia entre as frestas de uma tragédia.

Bauby “aprisionado” em seu próprio corpo, pode escutar à tudo, mas não move nenhuma parte do corpo e nem fala, enxerga o mundo através de seu olho esquerdo, que será sua janela e seu meio de comunicação. Através de um sistema desenvolvido por uma voluntariosa fisioterapeuta, no qual uma piscada quer dizer sim, e duas quer dizer não, Bauby reinicia seu contato com o mundo, e mais tarde, num outro sistema mais avançado assinala letra por letra enquanto seu interlocutor cita o alfabeto alfabeto até que o olho de Bauby decrete a letra escolhida para formas cada palavra. Dessa maneira narra toda a história de “O Escafandro e a Borboleta”, brilhantemente adaptado para o cinema pelo diretor Julian Schnabel.

A direção de Julian é forte, assim como as imagens e os movimentos da câmera, na primeira metade do filme o diretor nos disponibiliza, nos faz compartilhar o mesmo foco do personagem, seu olho esquerdo, perplexo e angustiado, num primeiro momento sem saber o que está acontecendo, até que aos poucos vai percebendo sua atual condição.

A partir do momento em que o personagem vai se adaptando a sua realidade, e aos poucos, num processo lento deixando de ter dó de si mesmo, nós os espectadores, vamos “ganhando” novos ângulos da história, tal como a reação das pessoas a seu redor, as lembranças e devaneios de Bauby e a forte imagem do seu rosto torto e paralisado.

Mathieu Amalric no papel de Jean Bauby, atua com grande entrega, transferindo uma enorme carga dramática e expressiva utilizando apenas seu olho esquerdo, pois pode-se perceber suas angustias através do olho que tenta percorrer e dimensionar as coisas ao seu redor, quando o mesmo olho parece não transmitir coisa alguma, temos ainda a “voz” interior de Bauby, demonstrando um senso de humor bastante irônico e uma personalidade profundamente humana.

“O Escafandro e a Borboleta”, uma interessante experiência cinematográfica, que une com rara naturalidade a força e a beleza das coisas.


Ygor MF



Ficha Técnica:
Título Original: Le Scaphandre et le Papillon
Tempo de Duração: 112 minutos
Ano de Lançamento (França / EUA): 2007
Direção: Julian Schnabel
Roteiro: Ronald Harwood, baseado em livro de Jean-Dominique Bauby
Fotografia: Janusz Kaminski


Elenco:
Mathieu Amalric (Jean-Dominique Bauby)
Emmanuelle Seigner (Céline Desmoulins)
Marie-Josée Croze (Henriette Durand)
Anne Consigny (Claude)
Patrick Chesnais (Dr. Lepage)
Niels Arestrup (Roussin)
Olatz Lopez Garmendia (Marie Lopez)
Jean-Pierre Cassel (Lucien / Vendeur Lourdes)
Marina Hands (Joséphine)
Max von Sydow (Papinou)
Isaach De Bankolé (Laurent)
Emma de Caunes (Imperatriz Eugénie)
Jean-Philippe Écoffrey (Dr. Mercier)
Nicolas Le Riche (Nijinski)
Lenny Kravitz (Lenny Kravitz)
Michael Wincott (Michael Wincott)


Recebeu 4 indicações ao Oscar, nas categorias de Melhor Diretor, Melhor Fotografia, Melhor Edição e Melhor Roteiro Adaptado. Ganhou 2 Globos de Ouro, nas categorias de Melhor Diretor e Melhor Filme Estrangeiro. Foi ainda indicado na categoria de Melhor Roteiro.