Previsto para o verão de 2015, a continuação de Jurassic Park, terá a missão de fazer a franquia voltar a faturar nas bilheterias depois do decréscimo que cada um dos três primeiros filmes teve.

E as chances disso acontecer são grandes, pois, mais de 20 anos do primeiro longa que levou multidões aos cinemas, trazendo efeitos que revolucionaram a tecnologia do cinema daquela epoca.

A produção é de Steven Spilberg e Chris Pratt e Bryce Dallas Howard são os protagonistas do longa, a direção é de Colin Trevorrow




Aberta ao público desde o dia 20 de novembro, a exposição do artista Ron Mueck, na Pinacoteca do Estado de São Paulo. Ron Australiano erradicado na Grã Bretanha, ficou famoso com suas esculturas hiper-realistas que no entanto, são cercadas por um ar de magia, dado o tamanho das obras que em vezes parecem gigantes e noutras miniaturas construídas numa perfeita proporção do corpo humano. Assim, suas exposições carregam um ar de suspense também, pois fica a nítida sensação de que aqueles seres de argila, resina ou vidro, vão retomar a vida antes pausada por algum feitiço.




Pinacoteca do Estado de São Paulo 
Praça da Luz, 2 
São Paulo, SP
Estação Luz do Metrô - Tel. 55 11 3324-1000
Terça a Domingo das 10h às 18h. Quintas das 10h às 22h. Bilheteria até as 17h30.
Estação Pinacoteca - Largo General Osório, 66 - São Paulo, SP - Tel. 55 11 3335-4990
Memorial da Resistência de São Paulo - Largo General Osório, 66 - São Paulo, SP
Terça a Domingo das 10h às 18h. Bilheteria até as 17h30.
Tel. 55 11 3335-4990 - Fale com a ouvidoria ouvidoria@cultura.sp.gov.br

Deus não está Morto é a história do jovem Josh Wheaton, um estudante do curso de filosofia que se depara com um complicado impasse na aula inaugural do curso. O professor, um ditador e ateu fervoroso, distribui uma folha em branco a todos os alunos. Como primeira tarefa eles terão que escrever a frase: “Deus está morto”, assinar e entregar, como quem atesta que aquele pensamento está concretizado, definido.

Enquanto todos os alunos obedecem ao professor, sem questionar o significado e importância daquilo, Josh se recusa a fazê-lo e dá início a uma batalha que o professor toma como pessoal, ultrajante e agora o jovem terá de convencer todos os alunos de seu ponto de vista, passando por cima dos diversos argumentos do professor. Caso fracasse em sua missão terá como punição ou conseqüência, seu currículo escolar manchado por uma baixa, que poderá comprometer seu futuro acadêmico, sem contar é claro a humilhação diante do restante da sala de aula.

Até aqui tudo ok, um bom argumento e um roteiro cheio de bons diálogos, fotografia e locações honestas, até que a trama vai se espalhando pela história de outros personagens, na tentativa de mostrar diferentes situações e pontos de vista... Pronto, então o roteiro se perde, e traça um caminho lamentavelmente previsível e pior, altamente panfletário e caricato. Diante disso perde-se bastante da força da mensagem principal, que no final das contas, consegue sim ser enviada, pode-se dizer que o filme cumpriu com o que propunha, mas a duras penas por certos desconfortos com situações extremamente forçadas e inverossímeis.

Diante disso vemos um certo paradoxo no filme “Deus não está morto”, pois como Cristão destaco a importância da mensagem que ele passa (e consegue) passar, tal qual o poder de Deus de mudar as vidas das pessoas ou usar uma pessoa ou situação como canal de salvação para os caminhos do Senhor. Nos emocionamos e ficamos encorajados com o comprometimento de Josh em não negar a sua fé. No entanto, quando outros personagens tem suas histórias influenciadas por essa, embora seja algo completamente crível e verdadeiro, no longa é mostrado de forma rasteira com a complexidade de um vídeo institucional, ou apenas numa propaganda um pouco mais elaborada.

Seja o pai mulçumano que repreende a filha quanto a seu novo caminho, ou empresário ganancioso que não se comove com a mãe doente, e ainda o próprio professor ateu e arrogante que quase termina suas frases com a gargalhada de um vilão de desenho animado. Essas caricaturas aliadas a fraquíssimas atuações dão ainda menos força às situações que são encaminhadas para um final típico de último capítulo de tele-novelas, onde tudo se resolve.  

Contudo, ainda com esse lado cinematográfico bastante fraco, “Deus não está Morto” fica aqui como uma boa dica para reflexão , com um acerto igual a um gol aos 45 do segundo tempo, o longa possibilita um bom diálogo depois de visto e deixa ainda um formidável convite ao final, confiram...




A IMPOSSIBILIDADE…

É entre outras coisas do que se trata o filme do diretor Kar Wai Wong, a impossibilidade do amor, da fidelidade e também da infidelidade, a impossibilidade de conter e contar um segredo. No entanto o que poderia ser um filme angustiante, tenso e até desolador, nas mãos de Wong transforma-se em poesia, visual, auditiva e porque não reflexiva.

Amor á Flor da Pele mostra a vida o encontro e desencontros de Chow (Tony Leung Chiu Wai) e Li-Zhen (Maggie Cheung). Ele é jornalista, ela secretária, ambos recém casados e por conta do trabalho de seus respectivos cônjuges passam a maior parte do tempo sozinhos. Nessa lacuna que nascerá a amizade de Chow e Li-Zhen que, mais tarde, através de uma descoberta, fará com que uma cumplicidade, beirando um sentimento maior, apareça se fazendo na verdade necessária para a vida de cada um.

Essa é a história de In the Mood for Love, titulo inspirado na musica de mesmo nome do inglês Bryan Ferry. A música, no longa, não aparece somente como sugestão no nome, mas como poucas vezes visto no cinema, tem importância, influência determinante no longa, mais que uma simples trilha sonora. Dá ritmo a trama, acentua as emoções, sem contar que, junto das belas imagens, da fotografia forte e expressiva da película, termina por dar uma maior plástica ao filme junto desses outros elementos. A estética parece ser um alvo claro do diretor, porém, todo o cuidado com os mínimos detalhes transporta sempre um significado, um propósito. Em “Amor…” tanto a música, quantos a força das cores e mesmo o figurino, colaboram para enfatizar a mensagem do longa, dando maiores informações sobre a complexidade dos personagens e a própria trama.


Amor a Flor da Pele é um desses trabalho que carrega diversas interpretações, filme para ser discutido e revisto, cada vez surpreendendo e deixando escapar um novo, um outro segredo.


Veja o link original das minhas colaborações com o O Cinemista 


Com o "congelamento" do Cinemista publicarei aqui no Moviemento os textos publicados na sessão Cinecult do Cinemista, começando com Ladrões de Bicicleta de Vittorio de Sica.

Dirigido pelo italiano Vittorio de Sica, um dos precursores do Neo Realismo, clássico do cinema italiano, Ladrões de Bicicleta mostra-se influente ainda nos dias de hoje, tanto pelas técnicas quando pelo tema abordado. De um prédio público um funcionário segurando uma lista de nomes chama por Ricci, nome que não se encontra na aglomeração da escadaria. A câmera segue percorrendo a rua e o seu movimento, Ricci está sentado, cabisbaixo na calçada até que percebe que sua sorte pode estar mudando. É quando lhe surge a oportunidade de trabalhar como “Colador de Cartazes”, trabalho simples mas que lhe renderia um ordenado capaz de manter uma vida digna e cuidar da mulher e dos dois filhos. No entanto há uma condição, para tal função o trabalhador precisa possuir uma bicicleta. Para recuperar a bicicleta empenhada Ricci e sua mulher empenham suas roupas de cama. Durante o seu primeiro dia de trabalho, Ricci tem sua bicicleta roubada…

O Realismo de De Sica, o seu relato da verdade, carrega e ironia, o improvável o imponderável da vida. Contrapõe justos e injustos, desmistifica, justifica o trabalhador e o ladrão. Essa é a história de Ladrões de Bicicleta, mais do que uma história é o retrato de uma país sem perspectivas no qual a luta pela sobrevivência faz com que valores morais sejam esquecidos.

Neste cenário Ricci e seu filho Bruno vão percorrer as ruas da cidade, o submundo, vão se deparar com personagens amargos, marginais gerados pela dureza da vida. Vão deparar-se com questões, conflitos morais e éticos. Enquanto o pai luta para manter a sobrevivência da família, o filho observa a figura de pai-herói ruindo aos poucos.

Utilizando atores amadores, apresentando profundidade em cada cena, valorizando a ação em diferentes camadas do filme o diretor faz uso de técnicas documentais, objetivo, bruto, seco, contudo consegue não só chocar, mas também nos emocionar.


Aos 81 anos o diretor Costa-Gravas direciona suas denúncias e investidas no mundo dos banqueiros e do capital que conecta, aprisiona e faz mover todo o globo. Em seu último filme, “O Capital” (2012) o diretor conta a história de Marc Tourneuil (Gad Elmaleh), que recebe a grande oportunidade de sua vida ao se tornar presidente de um grande banco europeu. A partir disso a vida de Marc nunca mais será a mesma, assim como a reação das pessoas ao seu redor, esposa, amigos, familiares e funcionários e acionistas do banco.

Marc é um escritor, braço direito de um grande figurão, presidente do banco, que após ter sérios problemas de saúde, indica Marc como seu sucessor para o espanto de todos os outros conselheiros e acionistas. Porém, esse espanto rapidamente se transforma em oportunidade para usar Marc como fantoche de suas vontades e objetivos.
Aqui está uma das grandes sacada do roteiro, que coloca o protagonista no centro dos acontecimentos se debatendo em contradições, questões éticas e ideológicas frente a um império capitalista que corrompe os mais simples e puros sonhos. Se antes Marc sonhava em voltar a dar aulas e viver de sua carreira como escritor, agora o poder está inserido em sua cabeça e ele fará de tudo para mante-lo. Outro grande acerto do roteiro é quando desmistifica a origem da corrupção do meio sobre o indivíduo, distanciando da crítica pueril e ingênua mostrando que a podridão já está inserida dentro do personagem, só faltando a este a oportunidade certa para se adequar ou burlar o meio e as leis do ambiente. Nem o capital nem Marc são mocinhos ou vilões, mas estão todos propensos a saída mais fácil ou ao uso de uma força maior para alcançar seus objetivos.

O protagonista em alguns momentos intimistas

Nessa viagem Marc irá se deparar com vários tipos de questões, o distanciamento da mulher e do filho adolescente que o diretor num recorte rápido demonstra numa geração aprisionada e isolada aos games e celulares. Nos negócios Marc precisará se desdobrar para dar conta das exigências políticas e interesseiras que circulam funcionários, sindicalistas, acionistas e grandes investidores como o personagem de Gabriel Byrne, numa feliz reaparição nas telas. Em campos ainda m ais obscuros uma misteriosa e belíssima Top-Model fará céu e inferno dos dias de Marc povoando seus desejos mais secretos e ardentes.

O diretor Costa Gravas

 Desde “Z” (1969), passando por “O Quarto Poder” (1997), o desconcertante “Amém” (2002) e pelo controverso e ótimo “O Corte” (2005), a filmografia de Costa-Gravas traz sempre temas polêmicos envolto às grandes corporações, governos, políticos e ao poder e influência que as grandes corporações exercem sobre as pessoas.

De igual maneira “O Capital” mostra mais uma história sem heróis, nem mesmo de anti-herói o personagem Marc Tourneuil pode ser chamado, pois nas histórias que o diretor conta, não existe a preocupação de construir bons ou maus exemplos, mas sim mostrar como esses estão sempre ligados, convivendo lado a lado e em algumas vezes ao mesmo tempo e nas mesmas pessoas.

Tecnicamente roteiro e direção em do longa são bastante econômicos, assim como nos outros filmes do diretor em que acrobacias cinematográficas estão praticamente ausentes. O que para uns pode soar como pobreza, conservadorismo artístico ou narrativo, parece muito mais com um forte compromisso com a história e sua denuncia, numa tentativa de ser o menos parcial e subjetivo possível.

Parte da crítica enxergou em “O Capital” uma repetição que demonstra certo cansaço do diretor de 81 anos, contudo, isso parece algo bem equivocado já que Costa-Gravas mantém-se firme à suas convicções políticas e cinematográficas, principalmente cinematográficas, já que mesmo sendo conhecido como “cineasta político”, não se aproveita disso para panfletar em uma causa ou outra, e por esse viés como se num “upgrade” nos atualiza sobre novas questões políticas e sociais, e este trabalho mostra o quanto fôlego ainda há no cineasta.