Tropa de Elite – Filme de Choque

Chega aos cinemas o filme “Tropa de Elite” de José Padilha, diretor que vai acostumando-se com a polêmica inerente a seus filmes, como se não bastasse o tema de seus trabalhos o documentário “Ônibus 147” e o longa “Tropa de Elite”, a polêmica agora ultrapassa questões culturais e cinematográficas, tendo os bastidores da produção como centro, devido à cópia pirata que circulou no país nas mãos de milhares de pessoas, antes de seu lançamento oficial no cinema. Gerando com isso outras discussões sobre ética e sobre e a própria pirataria, não apenas como um crime, mas também como uma afronta à cultura e principalmente, um “patrocínio” do crime realizado não só por quem vende, mas também por quem compra. O curioso é que tal situação é levantada no longa pelo personagem de Wagner Moura, o capitão Nascimento que acusa a classe média de ser a patrocinadora do tráfico.
No entanto, não cabe nesse momento, tão pouco nesse espaço, o julgamento de certos e errados, melhor é perceber o que cerca um filme que não só por esses fatos mas também pela sua qualidade pode se tornar um marco no cinema nacional.
O filme é baseado no livro "Elite da Tropa", do sociólogo Luís Eduardo Soares e dois outros policiais do BOPE, André Batista e Rodrigo Pimentel, gerando uma história semifictícia da rotina diária do batalhão, além de algumas experiências vividas pelos dois. A partir desses relatos “nasceu” o personagem Nascimento brilhantemente interpretado por Wagner Moura, que à frente do BOPE esquadrão de elite da policia, encontra-se pressionado a deixar o comando para que possa acompanhar o crescimento de seu filho, além de se ver livre da rotina extremamente estressante do batalhão. Porém, para que consiga isso precisa encontrar um substituto à sua altura, alguém capaz de defender honrosa e destemidamente o batalhão.
É nesse ponto que surge os personagens de Caio Junqueira (Neto) eAndré Ramiro (André Matias), dois amigos, policiais honestos que almejam uma vaga na tropa de elite da polícia.
O que vemos no longa é um relato realista do caos urbano que assola as grandes metrópoles do Brasil. “Tropa” constrói assim como “Cidade de Deus” uma teia do nascimento da criminalidade e vai além, mostra um quadro desanimador, sem grandes esperanças ou mesmo caminhos para a resolução desses problemas. Não há mocinhos nem bandidos, mas sim classes com seus objetivos, suas histórias de vida e valores. Os personagens e os significados que os acompanham são muito bem construídos, são verdadeiros e ficam longe de estereótipos.
As atuações são primorosas, assim como o roteiro bem escrito fugindo de certos clichês, faz com que a história fique bem amarrada, dinâmica e sempre tensa. A edição é responsabilidade de Daniel Rezende que trabalhou também em “Cidade de Deus”, os cortes rápidos acompanham a urgência com que cada situação aparece, favorecendo ao ritmo da história. Por fim a direção alcança um nível impecável, a câmera trêmula e alguma “chicotadas” enaltecem o realismo do trabalho.
“Tropa de Elite” mostra o processo elíptico que domina todo o sistema construído pela sociedade, de forma que seja impraticável e pouco possível à fuga desse círculo vicioso que tende apenas crescer...

Ygor Moretti

Ficha Técnica:


Título Original: Tropa de Elite

Tempo de Duração: 118 minutos

Ano de Lançamento (Brasil): 2007


Direção: José Padilha Roteiro:

Rodrigo Pimentel, Bráulio Mantovani e José Padilha

Fotografia: Lula Carvalho

Edição: Daniel Rezende


Elenco:


Wagner Moura (Capitão Nascimento)

Caio Junqueira (Neto)

André Ramiro (André Matias)

Milhem Cortaz (Capitão Fábio)

Fernanda de Freitas (Roberta)

Fernanda Machado (Maria)

Thelmo Fernandes (Sargento Alves)

Maria Ribeiro (Rosane)

Emerson Gomes (Xaveco)

Fábio Lago (Baiano)

Paulo Vilela (Edu)

André Mauro (Rodrigues)

Marcelo Valle (Capitão Oliveira)

Erick Oliveira (Marcinho)

Ricardo Sodré (Cabo Bocão)

André Santinho (Tenente Renan)

Alexandre Mofatti (Sub-Comandante Carvalho)

Divulgado o Cartaz da 31º Mostra de Cinema de São Paulo.

Divulgado o Cartaz da 31º Mostra de Cinema de São Paulo, com fotos feitas por Armando Prado e Marcos Camargo, e a direção de arte do pôster é de Marcelo Pallotta. O Cartaz da Mostra tras o cineasta Hector Babenco na conturbada rua Barão de Itapetininga (Centro de São Paulo), munido de placas com anuncio de venda de ouro e claro o evento que acontece nesse mês de outubro na cidade.

Hector Babenco terá seu 10º o filme "O Passado" uma co-produção Brasil-Argentina estrelando o mexicano Gael García Bernal, como o filme da abertura da 31ª Mostra, no próximo dia 18 no Auditório Ibirapuera.

Fonte: http://www2.uol.com.br/mostra/30/p_jornal_hoje.shtml


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Batismo de Sangue de Helvécio Ratton

A partir do livro “Batismo de Sangue” escrito por Frei Beto, ganhador do prêmio Jabuti, Helvécio Ratton volta ao tempo da Ditadura Militar em seu período mais critico conhecido como a época de chumbo, e leva ao cinema a história da luta dos dominicanos que motivados por ideais cirstãos decidem apoiar a luta armada contra o regime.
Nesse contexto o longa foca o personagem de Frei Tito, que ao lado de Frei Beto, Oswaldo, Fernando, Ivo e outros tomaram partido contra as atrocidades cometidas pelo governo, apoiando o grupo guerrilheiro Ação Libertadora Nacional, comandado por Carlos Marighella. Desde então passam a ser perseguidos pela policia até que serem presos e torturados pelo delegado Fleury e seus subordinados.
Após o seqüestro de um embaixador suíço, um grupo guerrilheiros exige a libertação de setenta prisioneiros políticos, entre esses aparece o nome de Frei Tito, que contra sua vontade parte paro o exílio na Europa. Mesmo liberto e longe de seus algozes, Tito não consegue livrar-se dos sofrimentos que a tortura deixara impregnado em sua vida, passa a sofrer com pesadelos e ter a certeza de estar sendo seguido por seus torturadores. Afim de livrar-se de seu martírio e ficar a salvo de seus inimigos acaba cometendo suicídio.
Esse gesto é que lança toda a inquietação da história, é que da toda a carga emocional do filme, sendo o ápice de uma demonstração da força com que a ditadura militar foi capaz de destruír vidas. Nas palavras dos realizadores o filme é um traçado da desconstrução do gesto de Tito, inicia-se com o suicídio do personagem e parte em busca de respostas para algo tão extremo.
Nesse caminho “Batismo de Sangue” é um mergulho nos calabouços, nos lugares recônditos onde se praticavam as torturas em busca de informações a serviço do país.
A execução do filme é dada de forma criteriosa e densa buscando uma hiper-realidade capaz de chocar e mostrar às novas gerações o passado negro do país. Inicialmente Batismo seria filmado em preto e branco, feito em cores o diretor de fotografia deu maior ênfase aos grandes contrastes, sobre tudo a cor vermelha do sangue amplamente exposto nas cenas, além da preocupação de demonstrar através das cores e iluminação a mudança por que passa o personagem central Frei Tito. Assim ao longo do filme os ambientes vão se tornando cada vez mais escuros e tensos. O realismo da obra é notado na reconstrução de época e nas cenas de tortura as quais tiveram todo um cuidado especial, uma preparação dos atores e dublês coordenados pelo mexicano Javier Lambert, que já trabalhara em produções internacionais como 007 – Permissão para Matar, Amores Brutos, Tróia e A Lenda do Zorro.
Por fim, o elenco demostra-se totalmente envolvido pela história, vivenciando cada cena e cada emoção de suas personagens. Se Frei Beto e Frei Tito são representados com louvor por Daniel de Oliveira e Caio Blat, é Cássio Gabus Mendes que ganha maior destaque por ter nesse trabalho um papel diferenciado dos demais “mocinhos” de novelas e séries que o ator costuma ser lembrado. Utilizando algodões nas bochechas (prática usada por Marlon Brando em Poderoso Chefão), Cássio interpreta o delegado Fleury mais conhecido como o Papa, principal arquiteto das práticas de tortura e caçador dos “inimigos da pátria”.
Batismo de Sangue é mais um importante “documento” a cerca da história, um trabalho que agrega informações de suma importância para as novas gerações, afim de que não se esqueça pelo que passaram aquelas pessoas que precisaram lutar contra um regime ditatorial e opressor. Nos últimos anos muitos filmes sobre esse tema tem sido feito, é importante que tais trabalhos sejam mesmo realizados, pois, só com um distanciamento no tempo de cerca de trinta anos vamos alcançando certa maturidade para rever e analisar tal período.

Ygor Moretti




















Ficha Técnica

Título Original: Batismo de Sangue

Tempo de Duração: 110 minutos

Ano de Lançamento (Brasil / França): 2007

Site Oficial: http://www.batismodesangue.com.br/

Direção: Helvécio Ratton

Roteiro: Dani Patarra e Helvécio Ratton, baseado no livro "Batismo de Sangue", de Frei Betto



Elenco

Caio Blat (Frei Tito)

Daniel de Oliveira (Frei Betto)

Cássio Gabus Mendes (Delegado Fleury)

Ângelo Antônio (Frei Oswaldo)

Léo Quintão (Frei Fernando)

Odilon Esteves (Frei Ivo)

Marcélia Cartaxo (Nildes)

Marku Ribas (Carlos Marighella)

Murilo Grossi (Policial Raul Careca)

Renato Parara (Policial Pudim)

Jorge Emil (Prior dos dominicanos)


31ª MOSTRA INTERNACIONAL DE CINEMA EM SÃO PAULO
A 31ª MOSTRA INTERNACIONAL DE CINEMA EM SÃO PAULO será realizada de 19 de outubro a 01 de novembro de 2007...

A MOSTRA é um evento cultural sem fins lucrativos, realizada pela ABMIC – Associação Brasileira Mostra Internacional de Cinema. O Estado e o Município de São Paulo estabelecem Outubro como o mês oficial da MOSTRA.

A 31ª MOSTRA INTERNACIONAL DE CINEMA EM SÃO PAULO terá três seções:

· COMPETIÇÃO NOVOS DIRETORES
· PERSPECTIVA INTERNACIONAL
· APRESENTAÇÕES ESPECIAIS


Os pacotes de permanentes e de ingressos começam a ser vendidos no dia 13 de outubro, na Central da Mostra, Conjunto Nacional. Confira a lista abaixo com alguns filmes da mostra.

Perspectiva
2 Dias Em Paris, de Julie Delpy (França, Alemanha)

A Different Story (Un'altra Storia), de M. Battaglia, G. Donati, L. Schimmenti,

A. Zulini (Itália)A Maldição Da Flor Dourada, de Zhang Yimou (China)

A Outra Margem, de Luis Filipe Rocha (Portugal)

A Vida Dos Outros, de Florian Henckel Von Donnersmarck (Alemanha)

Angel (The Real Life Of Angel Deverell), de François Ozon (Inglaterra, Bélgica, França)

Império Dos Sonhos (Inland Empire), de David Lynch (França, Polônia, Eua)

Medo da Verdade (Gone, Baby, Gone), de Ben Affleck (Eua)

Onde os Fracos não Têm Vez (No Country For Old Men), de Ethan E Joel Coen (Eua)

O Assassinato De Jesse James Pelo Covarde Robert Ford (The Assassination of Jesse James by the Coward Robert Ford) de Andrew Dominik (Eua, Canadá)

Paranoid Park, de Gus Van Sant (França, Eua)

Rolling Stones, Sympathy For The Devil, de Jean-Luc Godard (Inglaterra)

Um Jogo De Vida Ou Morte (Sleuth), de Kenneth Branagh (Eua)

Valente (The Brave One), de Neil Jordan (Eua, Austrália)

Exibições Especiais
O Passado, de Hector Babenco (Brasil, Argentina)

Tabu, de Friedrich Wilhelm Murnau (Eua, Alemanha)

À Meia-Noite Levarei Sua Alma, de José Mojica Marins (Brasil)Esta Noite Encarnarei No Teu Cadáver, de José Mojica Marins (Brasil)Encarnação Do Demônio, de José Mojica Marins (Brasil)

Fonte:

http://www.omelete.com.br/default.aspx

http://www2.uol.com.br/mostra/30/p_destaque_48.shtml