A revista Britânica de literatura Granta, que garimpa ao redor do mundo, jovens escritores formadores da literatura contemporânea, passou entre 2012 a 2013 pelas terras tupiniquins e após uma intensa busca e seleção, lançou em 2013 o 9º número de Granta – Jovens Escritores Brasileiros.
O livro reúne textos de 20 autores selecionados de até 40 anos, que melhor representam a literatura contemporânea brasileira. Nomes como Luisa Geisler, vencedora do prêmio Sesc  de literatura aos 19 anos de idade e outros nomes mais rodados como de Daniel Galera, João Paulo Cuenca, Michel Laub, Ricardo Lísias entre outros.

Cristovão Tezza, Italo Moriconi e mais 5 especialistas formam a comissão de jurados que ajudou a escolher e organizar o livro. Através das páginas, textos inéditos, contos e trechos de romances é possível observar a quantas anda a “primeira divisão” de autores brasileiros, esses que conquistaram importantes prêmios e alcançaram a atenção das grandes editoras. No livro, diferentes temas e estilos retratam um Brasil cada vez mais cosmopolita, que no entanto mantém presente, ainda que implícita sua raízes culturais e o modo brasileiro de enxergar os conflitos e as relações pessoais.

Para o restante de milhares de escritores, publicados ou não que ficaram de fora, e que ainda estão de fora do mercado editorial, Granta Nº Os Melhores Jovens Escritores Brasileiros, serve como rica referência que não é definitiva mas pode fornecer novos horizontes do campo literário, que mesmo vasto parece as vezes tão repetitivo e frágil de novidades.

Trecho do Conto Apneia de Daniel Galera
…E não ligou mais. E eu acabei ficando preocupado. Uns meses depois, sem ter notícia dele, peguei minha moto num fim de semana, a Suzuki cinquenta cilindradas que eu tinha na época, e eu fui até Garopaba. Oito horas de viagem pela BR 101, contra o vento. A gente tá falando de mil novecentos e sessenta e sete. O acessso pra Garopaba era feito por uns vinte quilometros de estrada de terra e em alguns pontos de areia pura, e no caminho tu via meia dúzia de casinhas de agricultor e só morro e mato. As pessoas, se tu tinha a sorte de encontrar com alguém, andavam descalças e pra cada moto ou caminhonete Rural tinha cinco carros de boi...



Ao final do longa “300” (2007), depois que conhecemos a heróica batalha de Leônidas e seus homens, uma nova marcha do exército grego unificado contra as tropas de Xerxes é anunciada. O criador dos quadrinhos e roteirista Frank Miller e o diretor Noam Murro, contam em “300 - A Ascensão do Império” como se chegou a essa união da Grécia contra Xerxes, numa história paralela a saga de Leônidas e seu exército de 300 bravos soldados.

Antes de uma batalha a rainha Gorgo viúva de Leônidas (Lena Headey), conta a seu exército os feitos do general ateniense Themistokles (Sullivan Stapleton), durante a Batalha de Maratona, quando matou o rei Persa Dário, pai de Xerxes. Segunda a lenda, isso teria dado origem ao ódio que Xerxes sente pelos gregos, e um dos principais motivos por mais tarde, já como o Deus-Rei, iniciar a marcha para dizimar o povo grego da face da terra.

Deste ponto de vista somos levados a conhecer a história do General Themistokles, enquanto Leônidas segurava o exército de Xerxes nas Termopilas, outra batalha acontecia em alto mar entre as tropas Gregas e os navios persas liderados pela determinada e sanguinária Artemisia (Eva Green), que assim como Xerxes também nutri um profundo desejo de vingança contra os gregos. É agora essa história que interessa.

Aproveitando um mesmo veio narrativo, que no primeiro longa é direcionado pela narrativa em off do personagem Tilos sobre os feitos de Leônidas, o diretor Noam Murro repete a mesma formula com roteiro de Zack Snyder, Kurt Johnstad e do próprio Frank Miller (autor da obra original). Dessa forma vemos novamente cores fortes, num filme por vezes escuro, fotografia com cores e tons estourados, ótimo 3D nos efeitos especiais e uma trilha sonora que dá ritmo e maior emoção nas sangrentas cenas de batalha. Câmeras lentas e muito sangue jorrando na tela são características aqui até mais exploradas do que no primeiro filme. Porém, se em alguns momentos tais repetições parecem exageradas e oportunistas, como por exemplo um novo “núcleo” de pai e filho disputando a guerra lado a lado, assim como tínhamos visto no primeiro longa, esse mesmo oportunismo ou falta de criatividade não chega a comprometer a produção.

No elenco a participação um pouco maior do brasileiro Rodrigo Santoro como o Deus-Rei Xerxes, e a presença contundente de Sullivan Stapleton como Themistocles, não despertam tanta atenção quanto o trabalho de Eva Green, que consegue tirar de um personagem com uma rica história, uma atuação que rouba a cena, e a coloca como centro das atenções e até mesmo responsável pelas principais ações de toda a história.


Nem mesmo supostas incoerências e inverdades históricas que causam discussões entre os especialistas do tema, devem fazer de “300 - A Ascensão do Império”, uma experiência fílmica menos prazerosa, pois mesmo com uma violência explícita que as vezes parece desnecessária, e bebendo constantemente dos acertos do primeiro longa, o filme de Noam Murro, cumpre com aquilo que propõe, e com o que se pode esperar dessa que não continua, mas amplia toda a história das batalhas entre gregos e persas. Posto isso e principalmente lembrando que toda a história vem de uma adaptação dos quadrinhos de Miller, ou seja, não são os dados e a fidelidade histórica dos fatos a maior preocupação a ser seguida; a produção acaba sendo justa e eficaz. Para os que já gostaram do primeiro longa, vale a pena conhecer mais essa parte da história.

Lançado pela editora Patuá o livro “O Trato de Levante” de Bellé Jr, tráz a poesia das junções “impossíveis”que para tal, contou com a habilidade do autor, evocando “espíritos” ou figuras da cultura brasileira, junto a um lirismo sutil e delicado num ritmo a lá beatniks. Ainda observando as justaposições, há uma unidade no livro que unifica todos os poemas e em contrapartida deixa escapar uma pluralidade maior e diversa em cada estrofe.

Leia abaixo a entrevista que o autor Bellé Jr. cedeu exclusivamente ao Moviemento:

Olá Bellé Jr, seja bem vindo ao Moviemento e ao espaço Entrevista com o Autor, desde já agradecemos sua participação.

Diga a nossos leitores quem é Belle Jr, e como surgiu sua paixão pela literatura:
Eu que agradeço o espaço que você, Ygor, e o Moviemento dão à poesia. Sou jornalista por ofício, e também pela paixão por histórias e por contá-las. Isso também se mostrou nesse livro, que foi escrito em forma narrativa. A literatura simplesmente aconteceu na minha vida. Lembro dos livros do Pedro Bandeira, devorei-os quando era bem novinho. Esse foi o primeiro estalo.

E de uma leitor para escritor, como se deu essa transformação?
Escrevo poesia desde os 13, 14 anos, mas só mostrava para minha mãe e alguns amigos mais próximos. Assim foi até a universidade, quando escrever se tornou uma rotina que sigo até hoje. Venho do Paraná e lembro bem de um dia, quando já estava morando em São Paulo e visitei minha irmã em Curitiba. Ela estava limpando as tralhas da casa e me entregou um envelope enorme e um LP do segundo disco do Legião Urbana. Dentro de ambos havia uma infinidade de poesias. Comecei a ler e percebi que o hábito de escrever era mais antigo do que parecia. Mas começou a ficar sério mesmo em 2010, quando publiquei meu primeiro livro de poesia e um livro reportagem.

Você está lançando “O Trato de Levante” pela Editora Patuá, do que se trata o livro na sua opinião?
É uma história de amor e revolução, dois temas quase obsessivos para mim. É também um livro com forte tendência pornográfica e alma anarquista, característica que muito me orgulha. Há muito de mim nele, um dos protagonistas leva meu nome, ainda que seja um personagem ficcional, é uma metalinguagem que muitas vezes escapa do meu controle.

Trecho do livro:

“Acho que sou pólen. Ou anúncio de flor.”

“A cada estação. Fui embora. De alguém.

Embora. A cada estação. Em alguém. Eu aportasse.”

Em seu texto aparecem muitas citações de autores, quais seus autores favoritos e aqueles que lhe inspiram ou lhe servem como referência?
Há inúmeros, mas o Benedetti, Neruda, Torquato Neto e o Thomas Mann, de certa forma, foram mais impactantes. Recomendo demais a leitura de todos eles, a começar pelo primeiro citado, esse uruguaio muito louco.

E quanto ao seu processo criativo, como se dá, alguma particularidade?
Levei mais de três anos para terminar o livro. Escrevia sempre que possível, nos finais de semana, de manhãzinha, de madrugada, sempre que o capitalismo me dava um refresco. Mas sentia que jamais finalizaria a obra nesse ritmo. Então, no final de 2012 me inscrevi para algumas residências artísticas, fui aprovado em duas nos EUA, raspei as economias e me isolei por quatro meses. Só assim o desfecho saiu.

Novos projetos em vista pode nos adiantar algo?
Sempre há algo fermentando nas ideias. No momento estou matutando um roteiro baseado em um dos contos do livro Sísifo Desatento, de um jovem e fodástico escritor curitibano chamado Homero Gomes. Mas pretendo me embrenhar num novo livro de poesia em breve, já tenho algumas premissas deitadas, mas elas exigem um tempo de maturação.


Por fim agradecemos sua atenção e participação aqui no Moviemento, deixe um recado para seus leitores ou para outros autores que estão buscando seu espaço.
Todos nós estamos buscando nosso espaço, escrevemos em tempos imagéticos, no império do visual, o que torna tudo mais complicado. Além, é claro, do fato de estarmos num país cujos habitantes ainda aprendem o prazer da leitura. Isso, por um lado e ótimo, pois há potencias leitores a serem descobertos e conquistados. Por outro, é uma merda, pois muitas vezes escrevemos para ninguém além de nosso comparsas. Mas como o rock, a poesia é para um e para um milhão.

Infelizmente a difícil situação no oriente médio continua em voga. Em nosso parceiro O Cinemista, na sessão Cinecult escrevi mais uma crítica, dessa vez "Paradise Now", Nãodeixe de ler e leia também a crítica de "Valsa com Bashir" no mesmo Cinecult do Cinemista.

Trecho da crítica:
Com roteiro e direção de Hany Abu-Assad, “Paradise Now” conta a história dos palestinos Khaled (Ali SUliman) e Said (Kais Nashef), amigos desde a infância e agora recrutados para uma missão em Tel Aviv, depois disso, segundo sua crença, irão diretamente para o paraíso.

Khaled e Said trabalham em uma oficina mecânica em meio a carros velhos e a pobreza da Faixa de Gaza. A ocupação israelense como se construísse um grande labirinto, determina os caminhos por onde as pessoas devem andar, fechando ruas e estradas. Nos bares se discute o que fazer com os “colaboradores”, traidores e informantes do inimigo. Enquanto em locadoras e lojas são alugadas ou vendidas fitas com execuções desses colaboradores ou discursos de mártires.

Livro Do Som ao Impacto com resenha crítica no blog Atelie dos Livros.

Abaixo segue trecho da resenha:
 
...Todo mundo que me acompanha aqui no blog e lê as minhas resenhas, sabe que eu amo, adoro livros de contos, mas, confesso que me senti meio confusa lendo esse livro, algumas vezes em meio a escrita do autor, e outras muitas vezes eu me pegava indagando o porque daquele fato ter acontecido, e o porque do conto ter começado daquela forma feliz e infantil e em menos de duas linhas , ter pulado para uma outra história triste, confusa e nada feliz.

Não gosto, fico bem triste quando leio um livro e ele não me traz coisas boas, e nem a expectativa de reler todo ele mais uma vez, mas como trabalho com a verdade com meus leitores, tenho que dizer que, esse livro não me conquistou. 

Estou muito triste, porque eu não gosto de fazer uma resenha assim, mas, nem todo livro é como queríamos que fosse.

Mas o indico sim, a leitura para quem como eu gosta de contos, e para aqueles que ficaram curiosos em saber o porque eu disse isso tudo nas minhas impressões...
 
Leia o texto completo: Atelie dos Livros.

O livro Um Objeto Quando Esquece, disponivel para download ou leitura online!!! 
Leia abaixo ou acesse o LINK







Com direção de Afonso Serpa e texto de Michel Falcão, incrivel animação baseada em "Morte e Vida Severina", de João Cabral de Melo Neto. Vale a pena assistir!!!