Bartleby o Escrivão – Uma Historia de Wall Street
Mundialmente conhecido pelo romance “Moby Dick”, Hermam Melville é também cultuado pelo romance “Bartleby o Escrivão – Uma Historia de Wall Street” de 1853. Segundo Jorge Luís Borges, poeta e contista argentino; um dos marcos do existencialismo na literatura.
Em Bartleby Melville conta a história do escrivão Bartleby que “prefiria não fazer”, isso mesmo é a história do não, da recusa, ou ainda do nada...
Ao ser contratato para trabalhar em um escritório de serviços burocráticos, Bartleby opta por não fazer qualquer ordem ou mesmo favores pedidos por colegas e mesmo pelo patrão. Ao ser requisitado o escrivão tem quase como pronta a respotas: Prefiro não Fazer; Prefiro não responder etc. No entanto para estranheza total de seu patrão, Bartleby é um de seus funcionários mais concentrados em seus serviços, desde que este não tenha sido pedido por ninguém. A recusa automática do estranho funcionário parece não ter como motivo alguma rebeldia, desrespeito ou afronta com seu superior é o que de certa forma facina o chefe de Bartleby e o faz crer em certo momento que aquele ser foi posto em seu caminho por motivos divinos...
O romance caminha com um clima cômico-surreal nos moldes de Kafka ou Borges(só para citar já que esses escritores viriam surgir para a literatura algum tempo depois) sendo ainda um parábola do relacionamento de patrões e empregados.
A partir desse assunto “não fazer”, alguns trabalhos já foram feitos. O escritor espanhol Enrique Vila-Matas escreveu o livro Bartleby e Cia, lançado em meados de 2002 pela Cosac Naify. Em Bartleby e Cia, o narrador da história faz uma busca pela história da literatura e das artes de modo geral por casos de “Síndrome de Bartleby”. Fenômeno no qual escritores de uma hora para outra, sem motivo aparente, se afastam por completo da literatura, não produzindo e nem mesmo falando mais sobre literatura.
Para o narrador da história, tal síndrome pode ser "o único caminho que permanece aberto à autêntica criação literária".
Observando nossos arredores, encontramos no escritor paulista Raduan Nassar algo que se aproxima muito de tal síndrome. Autor de dois livros muito bem aceitos pela critica e público e mais tarde adaptados para o cinema, “Lavoura Arquaica” e “Um Copo de Cólera”, Raduan desde a década de 80 retirou-se em um sítio onde planta feijão e cuida de galinhas, e desde então não escreve nem mesmo aceita receber a imprensa para falar sobre literatura.
Talvez Enrique tenha encontrado a causa desse fenômeno, ou não, talvez tal fenômeno nem exista mas sim uma simples opção seja a causa de tudo, ou de fato um alto grau de exigência cause o bloqueio em alguns autores por não conseguir chegar a um texto que ele considere satisfatório, ou ainda o medo de que aquele novo texto junte-se a outros no fundo da gaveta.
Assim, Bartleby o precursor de tudo mesmo sem ter feito nada revela caminhos e motivos da literatura surgindo literalmente do nada.

Ygor Moretti 30/05/2007

Bartleby, o escrivão – Uma história de Wall Street – 1853
Hermam Melville

Bartleby e companhia - Enrique Vila-Matas
Tradução: Maria Carolina de Araújo e Josely Vianna Baptista
Cosac Nayfi

Homem Aranha 3

Chega aos cinemas o terceiro filme do herói aracnídeo. Com o mesmo elenco e diretor(Sam Raimi) dos dois primeiros filmes, o que dá maior credibilidade e mantém a identificação do público com a saga do herói no cinema.
Rumores vão surgindo a respeito de outros três filmes, no entanto sem saber sobre a permanência do atual elenco. Até então rumores continuam sendo rumores...
Em "Homem Aranha 3" o "Cabeça de Teia" (como é chamado pelos seus inimigos mais íntimos) tem pela frente o confronto mais turbulento da série. Quando descobre que o verdadeiro assassino de seu tio está solto, Peter Paker o Spider-Man, é tomado por um sentimento de vingança, aliado a influência de um simbionte alienígena que ao passo que lhe dá maiores poderes, danifica suas noções de justiça. Esse é o ponto onde as duas personalidades, Peter Paker e Homem Aranha, chegam o mais próximo de ser um ser só, agindo em prol de seus próprios interesses. Junto a isso Harry Osborn inicia seu plano de vingança contra o assassino de seu pai sendo que agora ele sabe que Peter é na verdade o Homem-Aranha.
Este é o cenário do conflito vivido pelo H.A. adicionando a crise de seu relacionamento com Mary Jane a Teia do Aranha está realmente em apuros...
Como na vida dos super-heróis desgraça pouca também é bobagem, as coisas se complicam um pouco mais: O Assassino de seu tio, um ladrão recém foragido da prisão sofre um acidente e passa por uma mutação que o transforma no “Homem de Areia”, nesse ritmo o simbionte que lhe emprestava maiores poderes, junta-se a Eddy Brock, fotografo concorrente de Peter no Clarín. É assim que surge Venon um dos mais mortais inimigos do Homem Aranha nos quadrinhos que no entanto não passou de um coadjuvante no longa, vamos aguardar pelas supostas seqüências, se essas aproveitarão melhor o personagem.
O Carisma do personagem continua levando multidões aos cinemas e demonstra fôlego para mais continuações, os efeitos, as boas interpretações e direção, além das cenas de ação e do humor único encontrado no HQ “Spider-Man” são elementos presentes nesse terceiro filme. Mesmo com a ligeira sensação de que este terceiro filme não tenha superado os outros dois longas, a biografia do personagem nos quadrinhos faz valer a pena ficar atento com o futuro do Aracnídeo nos cinemas...

Ygor Moretti

Homem Aranha 3 – Nos cinemas

Ficha Técnica

Título Original: Spider-Man 3
Tempo de Duração: 140 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2007
Direção: Sam Raimi
Roteiro: Alvin Sargent, baseado em estória de Sam Raimi e Ivan Raimi e nos personagens criados por Stan Lee, Steve Ditko, David Michelinie e Todd McFarlane
Elenco
Tobey Maguire (Peter Parker / Homem-Aranha)
Kirsten Dunst (Mary Jane Watson)
James Franco (Harry Osborn)
Thomas Haden Church (Flint Marko / Homem-Areia)
Topher Grace (Eddie Brock)