Um Objeto Quando Esquece 2

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Poema que era pra fazer parte do livro "Um Objeto Quando Esquece" e agora, já que reencontrei o rascunho misturado entre outros documentos, fará parte do livro.

Um Objeto Quando Esquece 2

Dar a um objeto a capacidade dos dramas psicológicos,
das memórias falhas feitas de fibra.
Dar a ele a arquitetura do impossível
já que o objeto carrega em seu projeto
o impensável que os olhos
cegos não vêem e as mãos não contam.

Dar a ele olhos que nos vejam como equações
errôneas de retas curvas que não se encontram.
Dar a ele o olhar crítico e cínico do objeto 
que nos cerca indiferente.

E se transformarmos esse objeto no mundo extenso
do papel e distancia-lo do mundo tato, 
mundo cheiro sem sentido.
Duvidaríamos, arrogantes, do tanto de anos
que há naquelas retas.

Não percebendo um sentimento que não se move 
e não se encerra, não se ludibria
e não se esquece.
Que milhões de arestas seriam incapazes de fazer sentido 
daquele objeto perdido e esquecido,
objeto falho de arquitetura fatídica, inesquecível...

Ygor Moretti



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