Entrevista com o Autor - Luciene Evans

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Luciene Evans Nasceu em João Pessoa, PB, onde concluiu o curso de Comunicação Social na Universidade Federal da Paraíba. Trabalhou em teatro nas áreas de produção e direção, além da criação dos textos encenados pelo grupo Matraca. Escreveu 20 peças de teatro para crianças que reuniu em um livro.

Zylgor é sua estreia literária no gênero fantasia.

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Olá Luciene, seja bem vinda ao Moviemento e ao espaço Entrevista com o Autor, desde já agradecemos sua participação.

Diga a nossos leitores quem é Luciene Evans, e como surgiu sua paixão pela literatura?
Não consigo achar qualquer palavra sobre mim. Vou passar a tarefa para os leitores, então rssss
Quanto à paixão pela literatura, isso começou quando eu ainda nem sabia ler. Sempre gostei de ouvir e contar histórias desde muito pequena. Acho que o incentivo dos pais é muito importante. Minha mãe contava histórias quando me colocava para dormir. Depois, quando eu estava maiorzinha, ela inventava um início qualquer e deixava que eu desenvolvesse o enredo. Foi um bom exercício.

E de uma leitora para escritora, como se deu essa transformação?
Eu comecei a escrever logo que comecei a ler. Os professores sempre elogiavam minhas redações. Ler e escrever sempre caminharam lado a lado para mim.

Quais seus autores favoritos e aqueles que lhe inspiram ou lhe servem como referência?
A inspiração para escrever Zylgor surgiu quando assisti ao filme "A História Sem Fim", baseado no romance do autor Michael Ende. Depois desisti e rasguei meu manuscrito por achar que a história era boba demais, e passei a me concentrar em escrever para teatro. No entanto, não muito depois, li "O Hobbit” de J.R.R. Tolkien. Tão logo dobrei a última página daquele livro, decidi retomar Zylgor. Michael Ende e Tolkien serviram como inspiração e motivação, respectivamente.


Você lançou recentemente o livro “A princesa das águas” livro I da série Zylgor, composta de 4 livros, do que se trata essa história?
É a história de um garoto que de forma inusitada é retirado da sua vida comum para participar de uma fantástica jornada em um planeta distante. Ele quer muito voltar para seu mundo. Para isso terá que atravessar um portal mágico, e se quiser chegar ao portal, ele vai precisar correr muitos riscos e enfrentar um perigoso inimigo.

Lendo a resenha e trechos do livro nota-se uma carga ou preocupação espiritual em meio à fantasia. o livro tem alguma influência nesse sentido ou segue apenas com o mundo da fantasia?
Como eu me baseie em mitologias (principalmente grega e nórdica) para compor a história, houve, sim, uma preocupação na elaboração de uma cosmologia para aquele mundo. Os homens das sociedades ancestrais tentavam explicar os fenômenos naturais e acontecidmentos da vida através das suas crenças e religiões. Eu transportei esses aspectos do divino e do sobrenatural para o livro.

Por outro lado nota-se em seu texto, muita ação e certa facilidade em descrever essas cenas. Você trabalhou e escreveu para teatro, como isso influência nesse primeiro trabalho literário?
Escrever para teatro foi fundamental para eu construir os diálogos dessa história. Mas eu não queria pesar a mão e preencher a maior parte do texto com diálogos. Queria uma proporção harmoniosa entre diálogo, narração da ação e descrição de personagens e paisagens.
A narração já foi um pouquinha mais difícil. Porém a descrição foi a parte mais trabalhosa, pois não gosto de “decorar” o texto com minúcias descritivas. Tentei encontrar um ponto de equilíbrio entre mostrar a aparência de um personagem ou de um lugar, e deixar o leitor exercitar seu próprio lado de autor e acabar de construir aquela aparência de acordo com sua imaginação.

E quanto ao seu processo criativo, como se dá, alguma particularidade?
Meu tempo é muito limitado, então acaba mesmo ficando para o final da noite. Eu não tomo notas durante o dia. Se penso em algo, deixo guardado na memória. Posso até mesmo já ir montando aquela parte dentro da minha cabeça, e quando chega a hora de escrever, já está praticamente tudo pronto. Basta digitar e fazer os acertos.

Você publicou seu primeiro livro em ebook por meio de sites, como se deu esse processo, gostou do resultado o que pode nos dizer sobre o mercado editorial?
Amazon.com é uma grande potência no mercado de ebook. Também tem um funcionamento simples para colocar o livro lá. Quando o escritor faz uma boa divulgação, pode alcançar vendas satisfatórias.
Eu sou totalmente pró ebook. Livros físicos precisam de limpeza constante porque juntam muita poeira, precisam ser sempre reorganizados nas estantes, e são pesados para transportar (no caso de uma mudança para outra casa). Além das questões práticas, há o aspecto ambiental.
Não estou dizendo que acho errado ter livros de papel. Até porque não representam um desperdício de material. Livros são mantidos por anos, séculos, passam de mão em mão, são vendidos e revendidos, doados, etc. E quando comparamos a longa trajetória de um livro com o disperdício diário de papel em repartições públicas e empresas privadas, por exemplo, temos a certeza de que um livro de papel justifica sua existência com grande mérito.

Novos projetos em vista pode nos adiantar algo?
Estou trabalhando na tradução desse livro para o inglês. Depois terei que fazer os acertos nos três livros que completam a saga, e em seguida traduzi-los. Só então, começarei meu próximo projeto, que será sobre ficção científica. Tenho três ideias, e preciso decidir qual projeto será o primeiro.

Por fim agradecemos sua atenção e participação aqui no Moviemento, deixe um recado para seus leitores ou para outros autores que estão buscando seu espaço.
Para meus leitores, deixo aqui registrada a minha gratidão, pois eles não apenas lêem a obra, como também indicam aos amigos e me ajudam na divulgação.
Aos que estão entrando agora no reino encantado da literatura, digo que reflitam e filtrem os projetos que querem desenvolver. Eu mesma já iniciei e desisti de vários projetos, e não me arrependo de tê-los deixado de lado. Aliás, fazendo um curso pela Iversity (com base na Alemanhã e que dispõe cursos online grátis para alunos de qualque país), ouvi uma das professoras dizendo que o autor deve ser honesto consigo sobre seu projeto. Se aquela ideia vai prender sua atenção por, no mínimo, dois anos, siga adiante. Se houver dúvida sobre o projeto ser interessante o suficiente para manter o escritor engajado por um par de anos, então é porque não é “o projeto”. Lógico, isso não é uma regra. Apenas uma dica, e segue-a quem quer.

Agradeço ao “Moviemento” por ter me dado a oportunidade de estar aqui, pois sou leitora assídua do site. É muito interessante estar participando do site em uma perspectiva diferente.


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