Crepúsculo dos Deuses - Cinecult

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Continuando a "repuplicação" do material do Cinemista de onde colaborei, posto agora texto sobre "Crepúsculo dos Deuses", clássico obrigatório pra ver e rever.

Este é um trecho do diálogo que demonstra a situação financeira de Joe Gilliis, um fracassado argumentista que precisa desesperadamente dessa quantia para que o banco não lhe tome o carro, seu único bem material. Enquanto é perseguido por seus credores, Joe encontra a garagem de uma casa aparentemente vazia, é lá que deixará seu carro escondido até que tudo se acalme. No entanto o que parecia ser apenas uma mansão abandonada, é na verdade o castelo de decadência de Norma Desmond, estrela do cinema mudo esquecida pela “nova” indústria cinematográfica. Norma vive ao lado do mordomo Max que lhe serve não só como funcionário, mas como protetor do sonho, ou pesadelo em que esta insiste em permanecer.

Neste cenário quando os caminhos de Joe e Norma se cruzam surge a possibilidade de que ambos alcancem a redenção de suas angústias. Depois que Joe é confundido com um agente funerário contratado para o enterro do macaco de estimação da atriz, Norma vê no escritor a chance de voltar às telas e lhe contrata para reescrever um roteiro feito por ela. Por sua vez, o escritor vê naquela ambiente, uma temporada de paz, ganhos fáceis e a possibilidade de ter um argumento seu enfim aceito pelos estúdios. Um laço intenso e estranho vai se desenvolvendo entre os personagens e os envolvendo num relacionamento doentio e oportunista de parasitas que tentam usufruir daquilo que só encontram no outro.

Se em outro clássico do cinema, a transição do cinema mudo para o falado é vista de maneira alegre, colorida e dançante como em “Cantando na Chuva”, o mesmo não acontece no longa de Billy Wilder, que insere em Crepúsculo dos Deus, uma pesada carga de tensão e pessimismo. A trama se desenvolve através da narração de Joe Gillis fazendo diversas inferências durante todo o longa, refazendo o percurso que o levou a morte, como vemos na cena inicial do filme.


As atuações de Gloria Swanson (Norma Desmond) , Erich von Stroheim (Max) e William Holden (Joe), são os pilares do roteiro bem construído. Embora seja tido como um dos grandes clássicos do cinema, Crepúsculo dos Deuses é menos “badalado” que outras produções do diretor como “O Pecado mora ao Lado” e Quanto mais quente melhor”, no entanto Crepúsculo é um desses trabalhos que comporta e “pede” outras visitas de minuciosas observações, clássico, atual e atemporal.


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