Hiroshima Meu Amor - Cinecult

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Continuando a divulgar os textos publicados no O Cinemista , publico agora aqui no "Moviemento Hiroshima Meu Amor" de Alan Resnais, mais um texto do Cinecult.

PRISÃO DO ESQUECIMENTO

O diálogo do incomunicável, a expressão do inexpressível, compreender e se livrar do passado que não se entende e não se liberta. Essas são tentativas frustradas dos personagens de “Hiroshima Meu Amor”, uma atriz francesa de passagem pelo Japão para gravar um filme contra a guerra se encontra com um arquiteto japonês, ambos perdidos de seus relacionamentos conjugais se encontram em uma país que tenta ainda se reencontrar emocionalmente numa pós catástrofe atômica.

O diretor francês Alain Resnais tenta contar a história do incontável, em diálogos desconexos, distantes, sozinhos. O início do filme é composto de longos momentos de silêncio, contemplação do nada, imagens fortes do bombardeio do qual a cidade de Hiroshima foi alvo.


A trilha sonora melancólica acentua o clima e cada sentimento dos personagens, enquanto estes são a justa contraposição de sentimentos e caminhos a ser percorrido. Elle (Emmanuelle Riva) é uma bela e sensível atriz, no entanto atormentada por um amor do passado que a mantém inerte, como se perambulasse através dos dias e pessoas. O olhar sempre angustiado parece buscar a visão daqueles dias perdidos. Lui (Eiji Okada), ao contrário, quer fugir dos dias passados, e do atual momento de sua vida com um casamento fracassado sem amor. Para isso, o arquiteto encontrará em Elle o caminho para sua fuga ou sua redenção. Nesse romance intenso e descompassado Hiroshima meu Amor alcança maiores vôos do que somente um relacionamento entre duas pessoas, segue inerente, toda uma carga política, e filosófica por trás de todo gesto que se vê na tela.

Sendo um dos precursores da Nouvelle Vague, o diretor Resnais conta uma história densa, utilizando e misturando a linguagem literária à cinematográfica, formatando uma história quase estática, mas ainda sim não linear. Sem dúvida que Hiroshima Mon Amour não é um filme fácil, já que os cineastas da “nova onda” buscavam justamente o distanciamento de produções comerciais, buscando o conflito da imoralidade antes escondida.

Por fim, cabe se dizer que: Para se ver livre do passado há de se entregar a prisão do esquecimento…

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