Baaria a porta do Vento - Cinecult

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Escrito e dirigido por Giuseppe Tornatore. Baaria é uma das maiores produções do cinema italiano (no quesito financeiro), dirigido com a segurança de quem conhece o ofício. Tecnicamente perfeito… E mesmo assim, Baaria, filme do aclamado diretor de “Cinema Paradiso”, não convence. Fica preso em seus próprios maniqueísmos. O preciosismo de Tornatore tornam-se, neste longa, não mais que manias, repetições e clichês usados de forma oportunista.


A grandiosa história de Baaria reconta décadas importantes da Itália, período da guerra e do pós guerra, assim como as transições políticas e a luta do partido comunista. Assim, participaremos da trajetória de Peppino Torrenuova e toda a sua saga, desde a sua infância ao conhecimento do amor, a construção da família e a carreira politica. Baaria parece englobar todas as outras histórias contadas pelo diretor em seus outros filmes, a paixão pelo cinema, personagens folclóricos (para não dizer lunáticos), a politica e o amor sempre influenciando e impulsionando as decisões dos personagens, as lembranças nostálgicas e um certo teor autobiográfico, quase explícitos.

Contudo, elementos que são responsáveis por filmes inesquecíveis, como “Cinema Paradiso”, “Malena”, “Estamos todos Bem”, e “O Homem das Estrelas”, juntos e misturados em Baaria são dissolvidos nos 150 minutos do longa o que por diversas vezes o torna cansativo.

Qualquer tentativa de definir Baaria parece ser um paradoxo, pois se o fato de Giussepe Tornatore não conseguir reinventar-se ou atingir outros patamares indica certo desapontamento, por outro lado, a poesia continua presente no trabalho do cineasta, poesia acentuada com a parceria de Enio Moricone na trilha sonora promovendo ainda grandes momentos para o cinema. 

Publicação Original no Cinecult do O Cinemista


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