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O Lutador

Em “O Lutador” quarto longa do diretor Darren Aronofsky, podemos perceber características que lhe dão qualidade se não autoral, bem próximas disso, um cinema original e sem vícios. Seu último trabalho confirma sua grande capacidade de encontrar o “timing” e a maneira mais adequada de contar uma história.

Diferente de “Pi” (1998), “Requiem para um Sonho” (2000), e “Fonte da Vida” (2006), o filme “O Lutador” surge linear e visualmente falando, como o trabalho mais sóbrio do diretor. Por se tratar de uma história repleta de realismo e emoção, que trafega numa tênue linha entre o poético e o documental, o diretor tenha se afastado de roteiros com vôos e saltos para lá e cá e de mirabolismos visuais presentes nos trabalhos anteriores. Porém, Darren cria uma imagem de extremo realismo e secura, com uma câmera digital e a luz ambiente mantida.

Por outro lado, tais escolhas tenham como real motivo o curtíssimo orçamento de US$ 7 Milhões, entre tanto, fato é que por escolha ou necessidade o diretor mais uma vez encontrou se não a melhor, mas uma maneira original e condizente de contar a história de Randy The Ram Robinson, um famoso lutador de luta livre que precisa se adequar com a mudança dos tempos, a velhice e fim do show.

Essa será a maior de todas as lutas do personagem, saber lhe dar com os holofotes focados em outras direções e acostumar-se a novas situações financeiras e sentimentais. Interpretado por Mickey Rourke em uma rara comunhão de ator/personagem, o papel de Randy consiste também para o ator como a um heróico ressurgimento em sua carreira cinematográfica.

Após mais uma exibição no ringue, enquanto se recompõe no camarim, Randy sofre um infarto que segundo indicações médicas, decreta o fim de sua carreira já e depreciação. Este será o golpe definitivo para que o lutador tente reconstruir sua vida a partir de uma nova e difícil realidade. Entre a tarefa de sobreviver, tentará de forma desesperada reatar laços com a filha e criar novo enlaço com Cassidy (Marisa Tomei), uma garota de programa que assim como Randy tenta adequar sua vida ao insucesso.

Com atuações vicerais, Mickey e Tomei respiram o mesmo ar de seus personagens, conquistando, convencendo e comovendo o público por seus trabalhos.
Filmado em apenas 35 dias, o trabalho final denota a proximidade que atores, diretor e todas a equipe envolvida alcançaram da perfeição, se não houve tempo ou recursos para alongar as filmagens afim de alcançar melhor resultado. O material contido nos 115 minutos de “O Lutador” demonstra o quão desnecessário seria qualquer ajuste depois do tiro certeiro.

Ygor MF

Indicado a dois Oscars nas categorias de Melhor Ator (Mickey Rourke) e Melhor Atriz Coadjuvante (Marisa Tomei).
Ganhando 2 Globos de Ouro, nas categorias de Melhor Ator - Drama (Mickey Rourke) e Melhor Canção Original ("The Wrestler"). Foi ainda indicado na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante (Marisa Tomei).

Ficha Técnica:
Título Original: The Wrestler
Tempo de Duração: 115 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2008
Site Oficial: www.foxsearchlight.com/thewrestler
Direção: Darren Aronofsky
Roteiro: Robert D. Siegel

Elenco:
Mickey Rourke (Randy "Carneiro" Robinson)
Marisa Tomei (Cassidy)
Evan Rachel Wood (Stephanie Robinson)
Mark Margolis (Lenny)
Todd Barry (Wayne)
Wass Stevens (Nick Volpe)
Judah Friedlander (Scott Brumberg)
Ernest Miller (Aiatolá)
Tommy Farra (Tommy Rotten)
Mike Miller (Lex Lethal)
John D'Leo (Adam)
Ron Killings (Ron Killings)
Dylan Keith Summers

Diretor

Nome Completo: Darren Aronofsky
Natural de: Brooklyn, Nova York, EUA
Nascimento: 12 de Fevereiro de 1969



Filmografia:
2008 - O lutador (Wrestler, The)
2006 - Fonte da vida (Fountain, The)
2000 - Réquiem para um sonho (Requiem for a dream)
1998 - Pi (Pi)


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13 comentários:

Kamila disse...

Eu ainda não consegui assistir "O Lutador" e estou doida para fazer isso!!!

Unknown disse...

Aronofsky é um diretor de mão cheia! Consegue impressionar com pouco. E o filme ainda conta com o Mickey Rourke, que dizem estar brilhante. Pois é, motivos não faltam para que eu pegue o filme...

Abs!

Red Dust disse...

Ainda não vi, mas espero que não me escape... :)

Abraço.

Gustavo H.R. disse...

35 dias, só? Em pouco mais de um mês criou-se um dos melhores filmes da década. Talento e independência dão nisso.

Fernanda disse...

Meu namorado está doido pra ver esse filme e eu estou sempre vetando... depois que li esse post resolvi que vou aceitar e talvez até goste do filme... Mas é melhor que ele não saiba que o seu poder de convencimento foi melhor que o dele...

Bruno Soares disse...

O filme tem 115 minutos? Nossa, eu vi 3 vezes e o tempo sempre pareceu voar. Acho que é a maior prova da qualidade do trabalho do Darren aqui.

Abs!

Robson Saldanha disse...

Acho que esse filme cumpre seu papel de forma digna e tem suas louvações. Mas não vejo tanto brilhantismo assim na atuação de Mickey, acho suficiente para o papel, somente!

Paulo Montanaro disse...

Realmente, um filme muito viceral. A palavra que vc usou é certeira. Um tom documental e um timing para reflexão do expectador muito raro no cinema comercial dos dias atuais. E as interpretações são nada menos que fantásticas.

Parabéns pelo texto, Ygor.
Há braços
Paulo

O Cara da Locadora disse...

Eu considero brilhante, na verdade o trabalho todo do diretor é brilhante, até agora não produziu nada que não fosse para ser venerado... E que atuação do Rourke...

Roberto Simões disse...

1º Aniversário do CINEROAD!
O seu blogue recebeu uma menção especial!

Obrigado pelas visitas,
Roberto Simões
CINEROAD - A Estrada do Cinema

Wally disse...

Maravilhoso este filme! Um dos melhores do ano. Soberbo.

Dewonny disse...

Muuuuuito bom, gostei bastante, Mickey Rourke tem atuação destacável, tá excelente!
Abs! Diego!

Luís disse...

Eu simplesmente adorei esse filme!
ótimo roteiro, excelentes atuações, uma direção fantástica.

Mikey Rourke, que não é nenhum astro, na minha opinião, se superou nesse filme, mostrando uma capacidade dramática maravilhosa. O que dizer de Marisa Tomei, que aparece pouquíssimo? Está linda! Rouba as cenas quando aparece, ao sorrir conquista o público, está em perfeita sincronia com Rourke e - como se não bastasse - tem um corpão!

Muito bom mesmo.